
Parece que São Paulo decidiu trocar as tradicionais chuvas de agosto por um extenso período de sol — e não estamos reclamando, mas a situação preocupa. Sério mesmo. O mês que acabou de se despedir entrou para a história recente da meteorologia paulistana por um motivo bastante específico: foi o agosto mais seco desde 2020.
Segundo a tal da Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), órgão da prefeitura que entende dessas coisas, choveu míseros 0,6 mm na capital. Sim, você leu certo: zero vírgula seis milímetros. Quase nada. Uma quantidade tão irrisória que mal molharia o asfalto.
E olha que a média histórica para agosto não é lá essas coisas — gira em torno de 39,6 mm —, mas mesmo assim, o que aconteceu este ano foi drasticamente abaixo. Algo como 98,5% menos chuva do que o normal. Assustador, não?
Não foi só falta de chuva: o tempo também esquentou
E como se não bastasse a estiagem, os termômetros também decidiram colaborar para o cenário quase desértico. A temperatura média ficou em 18,6°C, um valor consideravelmente acima dos 17,3°C que costumam marcar agosto por aqui.
Não é como se estivéssemos no deserto do Saara, claro, mas pra uma cidade que já vive no limite hídrico vez ou outra, é sinal amarelo — ou quem sabe até laranja.
E o que isso significa na prática?
Além de deixar os reservatórios em alerta e o ar mais seco do que o normal, meses assim interferem diretamente na vida do paulistano. A umidade relativa do ar despenca, a qualidade do piora — sim, ainda mais — e aquela sensação de tempo "parado" toma conta.
Ah, e não vamos esquecer das famosas queimadas, que nessas condições encontram o cenário perfeito para se alastrarem. Algo que, convenhamos, São Paulo definitivamente não precisa.
Parece exagero? Pode até ser. Mas quando a natureza resolve falar mais alto, o melhor a fazer é escutar. E se preparar.