Marcha pelo Clima pressiona negociadores da COP30
As ruas de Belém testemunharam neste sábado, 15 de novembro de 2025, uma Marcha pelo Clima que reuniu centenas de manifestantes exigindo ações mais rápidas e efetivas contra o aquecimento global. O protesto, organizado pela Cúpula dos Povos, ocorreu paralelamente às discussões oficiais da COP30 na capital paraense.
Documento com reivindicações será entregue pessoalmente
O embaixador André Correia do Lago, presidente da conferência climática, confirmou em coletiva de imprensa que receberá em mãos um documento detalhado com as demandas da sociedade civil organizada. A entrega está marcada para o domingo, 16 de novembro.
O relatório, finalizado na sexta-feira anterior (14 de novembro), destaca um aspecto crucial: a população mais pobre é a mais afetada pelas mudanças climáticas. Tradicionalmente ligados ao PT e partidos de esquerda, os ativistas têm criticado abertamente o governo federal por não abraçar a agenda climática na proporção que consideram necessária.
Influência direta nas negociações
Durante sua declaração aos jornalistas, Correia do Lago deixou claro o peso dessas contribuições: "Esses documentos têm uma influência significativa nas negociações. É muito importante a sociedade civil prepará-los e encaminhá-los para os negociadores", afirmou o diplomata.
A Cúpula dos Povos, responsável pela organização da marcha, mantém um evento paralelo na Universidade Federal do Pará, servindo como espaço alternativo de discussão para entidades e movimentos sociais.
Controvérsias na agenda climática
Em relação aos pontos mais sensíveis da negociação - transparência, metas de redução de emissão, repasses de países desenvolvidos e comércio -, o presidente da COP30 reafirmou sua posição. Estes tópicos foram destacados da agenda principal e estão sendo discutidos em assembleias separadas com a presidência da conferência.
Correia do Lago explicitou que não trabalha para que essas questões sejam encaminhadas para uma "decisão de capa", mecanismo que permitiria uma abordagem política dos temas, dando diretrizes para os países sobre os passos futuros. No entanto, reconheceu que esta é uma demanda de algumas delegações e que será levada em consideração.
Observadores políticos ouvidos pela reportagem avaliam que esta solução ganha cada vez mais força entre os participantes da conferência, indicando possíveis mudanças na estratégia de negociação nos próximos dias.