
Parece que todo mundo hoje em dia precisa escolher um time, não é? Esquerda aqui, direita ali. Mas e se eu te disser que, quando o assunto é a sobrevivência do planeta, essa divisão não passa de uma grande bobagem?
Natalie Unterstell, uma das vozes mais respeitadas quando o papo é clima no Brasil, soltou o verbo numa entrevista recente. E o que ela disse pode deixar muita gente de cabelo em pé.
O planeta não liga para sua ideologia
É isso mesmo que você leu. Enquanto a gente fica brigando em redes sociais sobre posicionamentos políticos, o aquecimento global continua avançando — e ele não quer saber se você é petista, bolsonarista ou qualquer outra coisa.
"As emissões de carbono não têm ideologia", dispara Natalie, com aquela clareza que só quem entende do riscado consegue ter. "O planeta está esquentando para todo mundo, sem distinção."
E faz todo sentido, quando você para pra pensar. A natureza não vai perguntar em quem você votou antes de mandar uma seca histórica ou uma enchente devastadora.
O perigo da polarização
Aqui é onde a coisa fica realmente preocupante. A especialista alerta que essa briga política está nos impedindo de tomar as medidas necessárias — e urgentes — para enfrentar a crise climática.
Pensa comigo: enquanto esquerda e direita ficam se digladiando, quem perde é o Brasil. Perdem as cidades, perdem os agricultores, perdem você e eu.
Natalie é categórica: "Precisamos sair dessa lógica binária. As soluções para o clima exigem colaboração, não confronto."
E o que isso significa na prática?
Bom, a verdade é que tanto a esquerda quanto a direita têm contribuições importantes para dar. Uns entendem mais de regulamentação e justiça social, outros dominam a lógica de mercado e inovação.
"O desafio climático é complexo demais para ser resolvido por apenas um lado do espectro político", explica Unterstell. "Precisamos do melhor que cada um tem a oferecer."
E olha que interessante: ela lembra que países que estão avançando de verdade no combate às mudanças climáticas são justamente aqueles que conseguiram construir consensos.
O papel do Brasil nesse cenário
Nossa posição é estratégica, pra dizer o mínimo. Com a maior floresta tropical do mundo e um agronegócio pujante, o Brasil poderia ser um líder global nessa discussão.
Mas... tem um mas. E ele é grande.
"Enquanto ficarmos presos nessas guerrinhas ideológicas, vamos continuar perdendo oportunidades", adverte Natalie. "O mundo não vai esperar a gente se resolver."
E ela tem razão. Os investimentos em economia verde já estão rolando mundo afora, e o Brasil corre o risco de chegar atrasado — de novo — na festa.
E agora, José?
A pergunta que fica é: como sair dessa enrascada? Para Unterstell, o caminho começa pelo diálogo. Um diálogo de verdade, não aquele que vemos por aí, onde cada um fala mas ninguém ouve.
"Temos que encontrar pontos em comum", propõe. "Proteger florestas, modernizar a agricultura, desenvolver energias limpas — isso beneficia a todos."
E sabe qual é a parte mais irônica? No fundo, todo mundo quer um ar mais limpo, água de qualidade e um clima estável. A discordância está nos caminhos, não no destino.
No final das contas, como bem lembra Natalie, o clima é daquelas raras questões que deveriam nos unir, não separar. Porque quando a casa está pegando fogo, ninguém pergunta a opinião política do bombeiro.
Restou alguma dúvida? Pois é, às vezes as verdades mais simples são as que mais doem.