
Parece que a tão aguardada COP30, marcada para acontecer no coração da Amazônia no ano que vem, está enfrentando uma tempestade perfeita — e não é das climáticas. A informação que circula nos bastidores é alarmante: de 196 países convidados, apenas 47 confirmaram presença até o momento. Isso representa menos de 25% do total, um número que deixa qualquer um com a pulga atrás da orelha.
Não é exagero dizer que a situação está mais fria do que o Ártico em dezembro. A conferência, que deveria ser um marco por acontecer em Belém, porta de entrada da Amazônia, corre o risco de se tornar um evento de poucos. E olha que estamos falando do maior encontro global sobre clima do planeta!
O que está por trás dos números?
Especialistas em política internacional apontam várias razões para essa adesão tímida. A crise geopolítica global, com guerras e tensões espalhadas pelo mundo, está drenando a atenção — e os recursos — das nações. Além disso, 2025 será um ano cheio de eleições importantes em vários países, o que naturalmente desvia o foco dos governos.
Mas tem mais: o cansaço com as agendas ambientais também parece estar batendo à porta. Após anos de promessas ambiciosas e resultados… bem, digamos que modestos, muitos governos estão repensando seu engajamento nessas conferências. É como aquela festa que todo mundo marca presença no início, mas vai esvaziando conforme a noite avança.
E o Brasil nessa história?
Nosso país, que deveria ser o anfitrião perfeito, também enfrenta seus próprios desafios. A logística para receber milhares de delegados em Belém não é simples — estamos falando de infraestrutura, hospedagem, segurança. Tudo isso pesa na decisão dos países de confirmarem presença.
Não ajuda o fato de que o governo Lula ainda não divulgou um plano claro de como pretende organizar o evento. É como combinar um churrasco na sua casa sem ter certeza se a churrasqueira funciona.
O Ministério das Relações Exteriores tenta passar tranquilidade, afirmando que as confirmações estão dentro do esperado para esta fase. Mas entre nós, será mesmo? Com a experiência de outras COPs, esperava-se um engajamento bem maior nesse momento.
As consequências reais
Se a presença continuar baixa, as implicações vão além do simbólico. Decisões importantes sobre financiamento climático, metas de redução de emissões e proteção de biomas podem ficar comprometidas. É como tentar fazer uma reforma na casa com a maioria dos moradores faltando à reunião de condomínio.
O pior cenário? Uma COP30 fracassada poderia minar ainda mais a já frágil confiança nas negociações climáticas internacionais. E num momento em que os recordes de temperatura não param de ser quebrados, isso é lastimável.
Resta torcer — e pressionar — para que nos próximos meses mais países assumam seu compromisso com o planeta. Porque, no fim das contas, as mudanças climáticas não vão esperar por conveniências políticas.