
Imagine deixar o calor amazônico para enfrentar o frio cortante do continente gelado? É exatamente isso que aguarda o professor Rafael Obata, da Universidade Federal do Oeste do Pará. Ele acaba de ser confirmado na próxima missão brasileira à Antártida - e a notícia está causando burburinho nos corredores acadêmicos.
Parece coisa de filme, mas é a mais pura realidade: um pesquisador da nossa região embarcando numa aventura científica daquelas! A 43ª Operação Antártica (OPERANTAR) contará com sua expertise a partir de novembro, e a expectativa é enorme.
Do Tapajós para o Polo Sul
Rafael, que ministra aulas no Instituto de Biodiversidade e Florestas, vai dedicar cerca de 45 dias - sim, quase dois meses! - aos estudos no gelo. Sua pesquisa focará em organismos marinhos, aqueles pequenos seres que poucos veem, mas que revelam segredos importantíssimos sobre a saúde dos oceanos.
"É uma oportunidade única", comenta o professor, visivelmente animado. "O que aprendermos lá pode ajudar a entender melhor as transformações que afetam todo o planeta, inclusive nossa querida Amazônia."
Por Que a Antártida Importa Para Nós?
Pode parecer distante, mas o que acontece naqueles gelos influencia diretamente o clima mundial. As correntes marinhas, o regime de chuvas, até a temperatura do ar - tudo está conectado. E é exatamente essa conexão que motiva pesquisas como a que Rafael desenvolverá.
O Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) completa mais de quatro décadas de atividades, mas essa será a primeira vez que um professor da UFOPA integra a equipe. Um marco histórico, diga-se de passagem.
- Período da missão: Novembro a dezembro de 2025
- Local de trabalho: Estação Antártica Comandante Ferraz
- Tipo de pesquisa: Ecologia de organismos marinhos
- Duração estimada: 45 dias
O frio será intenso - estamos falando de temperaturas que podem cair abaixo de 20 graus negativos - mas o entusiasmo do pesquisador aquece qualquer expectativa. "Vamos coletar dados preciosos", adianta ele, enquanto finaliza os preparativos para a grande jornada.
Enquanto isso, aqui em Santarém, colegas e alunos acompanham tudo com orgulho misturado com certa invejinha saudável. Quem não gostaria de ver pinguins enquanto trabalha, não é mesmo?