
Pois é, quem diria? Enquanto muita gente ainda associa o Espírito Santo apenas às praias — que são lindas, não me levem a mal —, Vitória resolveu dar um show à parte. A capital capixaba acaba de ser coroada a cidade mais inteligente do Brasil. E olha, não foi por acaso.
O estudo, que tem um nome pomposo — Connected Smart Cities —, analisou nada menos que 677 municípios. A gente fala de uma avaliação que vai muito além de ter wi-fi grátis na praça. Eles enfiaram a lupa em onze eixos diferentes, desde mobilidade até aquela velha e boa governança.
O Que Faz uma Cidade Ser Considerada 'Inteligente'?
Bom, aí é que está o pulo do gato. Não basta ter um monte de câmera na rua ou app para pagar estacionamento. A verdadeira inteligência urbana — pelo menos na visão desse ranking — é um bicho de sete cabeças. Eles avaliam:
- Mobilidade: Como as pessoas e coisas se movem pela cidade.
- Urbanismo: O planejamento (ou a falta dele) do espaço.
- Meio Ambiente: O que se faz pela natureza no meio do concreto.
- Energia: Uso e fontes, tentando ser mais verde.
- Tecnologia e Inovação: O óbvio, mas crucial.
- Economia: Saúde financeira do lugar.
- Educação: Porque de nada adianta tecnologia sem gente que saiba usar.
- Saúde: Um sistema que funcione (um sonho, eu sei).
- Segurança: Para viver sem medo constante.
- Governança: Como a prefeitura administra tudo isso.
Vitória, parece, se saiu bem em quase tudo. Mas foi em alguns pontos específicos que ela realmente brilhou. Dá uma olhada.
Os Pontos Fortes da Campeã
O relatório destacou — e isso é importante — a gestão ambiental da cidade. Num país que às vezes trata a natureza como obstáculo, Vitória investiu em saneamento básico e no tratamento daquilo que a gente nem gosta de mencionar: o lixo. Parece simples, mas faz uma diferença danada.
Outro trunfo foi a conectividade. A cobertura de internet banda larga na cidade é das melhores do país. E num mundo onde até a feira da esquina tem delivery por WhatsApp, isso não é luxo, é necessidade básica.
Ah, e tem a inovação aberta. Esse termo meio chique significa que a prefeitura não tentou inventar a roda sozinha. Ela abriu as portas para startups, universidades e a própria população colaborar. Algo tão raro por essas bandas.
E o Resto do Pódio? Quem Mais se Destacou?
Claro, Vitória não ganhou sozinha. O ranking é uma verdadeira disputa acirrada. Curitiba, aquela que sempre está na frente quando o assunto é planejamento, ficou com a vice-liderança. Não surpreende ninguém, mas mostra que a concorrência é forte.
E São Paulo? A gigante financeira do país conseguiu um honroso terceiro lugar. Um feito e tanto, considerando o tamanho e os problemas monumentais que a cidade enfrenta. Dá a impressão de que, nas grandes, a mudança é mais lenta, mas quando vem, vem com força.
O que mais chama a atenção, pra ser sincero, é a diversidade geográfica do top 10. Cidades do Sudeste, Sul e até do Centro-Oeste aparecem. Sinal de que a tal da 'inteligência' urbana está, aos poucos, deixando de ser privilégio de uma ou duas regiões.
E Agora? O Que Esperar?
Ficar em primeiro é ótimo, mas é só o começo. O grande desafio para Vitória — e para qualquer cidade que leve isso a sério — é manter o ritmo. Tecnologia envelhece rápido, e as necessidades das pessoas mudam ainda mais rápido.
O que esse ranking realmente mostra é um caminho: que investir em planejamento de longo prazo, em parceria com a sociedade, dá certo. Pode não render votos no curto prazo, mas constrói uma cidade melhor para se viver. E no fim das contas, não é isso que importa?
Fica a dica para as outras prefeituras. O exemplo está dado.