
Parece até coisa de filme, mas é a pura verdade: enquanto Porto Velho acende as velinhas de seus 111 anos nesta quarta-feira, a história real dessa terra é tão antiga que dá até vertigem. A gente fica pensando — será que a gente realmente conhece o lugar onde mora?
Ah, a data oficial é mesmo 2 de outubro de 1914, quando o então presidente Hermes da Fonseca assinou a lei criando o município. Mas espere aí, porque a festa começa muito, mas muito antes.
Os verdadeiros pioneiros
Antes dos bandeirantes, antes dos seringueiros, muito antes de qualquer um sonhar com uma ferrovia — já tinha gente vivendo aqui. E não era pouca gente não. Arqueólogos encontraram cerâmicas com padrões incríveis que contam uma história silenciosa: povos indígenas já habitavam as margens do Rio Madeira há pelo menos 4 mil anos!
Imagina só — enquanto os egípcios construíam pirâmides, aqui na Amazônia já existiam comunidades complexas, com sua própria cultura, sua própria maneira de viver. Isso muda completamente nossa perspectiva, não muda?
A ferrovia que mudou tudo
Aí veio a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, essa sim uma história que todo mundo conhece. Construída entre 1907 e 1912, ela trouxe trabalhadores de mais de 50 países — foi uma verdadeira Torre de Babel no meio da floresta.
Mas o que pouca gente para pra pensar: será que esses operários sabiam que estavam pisando em terras que já tinham dono há milênios? A ironia da história às vezes é pesada.
Do povoado à capital
O crescimento foi tão explosivo que em apenas dois anos o lugar já virou município. E não parou mais — em 1943 virou capital do Território Federal do Guaporé (que depois viria a ser Rondônia, claro).
Hoje, com mais de 500 mil habitantes, Porto Velho é essa mistura incrível de passado milenar e presente vibrante. E pensar que tudo começou — ou melhor, continuou — numa região que já era casa para tantos povos.
É como se a cidade tivesse várias camadas de história, umas em cima das outras. A gente caminha pelas ruas sem nem imaginar quantas gerações já passaram por aqui.
Então, parabéns, Porto Velho! Mas que fique registrado: seus 111 anos são apenas o capítulo mais recente de uma saga que começou há milênios. E que venham muitos mais — com a sabedoria de quem aprendeu a valorizar todas as suas histórias, não apenas as mais recentes.