
Era como uma cena de filme de guerra, mas era pura realidade mato-grossense. Lá do alto, helicópteros sobrevoando a densa floresta que já não é tão densa assim. No chão, dezenas de agentes federais avançando com um objetivo claro: expulsar garimpeiros ilegais que teimam em destruir o que resta da Terra Indígena Sararé.
Não é exagero dizer que essa é a terra indígena mais devastada do Brasil. Os números assustam – mais de 11 mil hectares de floresta simplesmente evaporaram nos últimos anos. Uma área que deveria ser protegida por lei, mas que virou alvo constante de criminosos ambientais.
Operação de Alto Risco
Imagine a cena: mais de 60 profissionais entre policiais federais, Ibama e Funai, todos coordenados numa dança complexa de inteligência e força. Eles não chegaram de surpresa – tinham informações precisas sobre onde os garimpeiros estariam operando.
Os agentes usaram de tudo: desde drones que sobrevoam silenciosamente até helicópteros que não deixam dúvidas sobre a seriedade da operação. O objetivo? Identificar cada ponto de extração ilegal, cada acampamento clandestino, cada máquina usada para devastar.
O Que Esperar da Ação
Segundo as autoridades, a coisa não vai parar por aí. Eles pretendem:
- Appreender e destruir todo equipamento usado no garimpo ilegal
- Interromper as atividades criminosas de vez
- Multar os responsáveis – e as multas podem chegar a milhões
- Buscar a recuperação ambiental da área
Não vai ser fácil, claro. Esses garimpeiros ilegais são teimosos como cupim em madeira velha. Mesmo com operações anteriores, eles insistem em voltar, como se a lei fosse apenas sugestão.
Por Que Tanta Devastação?
Aqui é que a coisa fica ainda mais triste. A Terra Indígena Sararé não é grande – tem cerca de 42 mil hectares. Mas incríveis 27% desse território já foram para o espaço. Uma taxa de destruição que dá vergonha alheia.
E olha que estamos falando de uma área que deveria ter proteção triplicada, por ser terra indígena. Mas na prática, parece que a lei é mais fraca que a ganância dos criminosos.
Os danos? São imensuráveis. Não só para o meio ambiente, mas para os povos originários que dependem dessa terra para sobreviver física e culturalmente. É como arrancar páginas de um livro sagrado – cada árvore derrubada é uma história que se perde.
Enquanto isso, os órgãos ambientais seguem na luta desigual. Eles sabem que é como enxugar gelo – mas não podem cruzar os braços. A operação atual é mais um capítulo nessa batalha que parece interminável.
Resta torcer para que, desta vez, a força do Estado seja maior que a persistência do crime. Porque se continuar assim, em breve a Terra Indígena Sararé será só mais um nome na lista de lugares que existiam apenas nos livros de história.