
Imagine um avião cruzando os céus sem deixar um rastro de culpa ambiental — parece sonho, mas está mais perto do que você pensa. O Brasil, sempre à frente quando o assunto é energia renovável, está prestes a dar mais um salto ecológico.
A partir de 2027, aquela sensação de "será que minha viagem está destruindo o planeta?" pode virar coisa do passado. O país está montando a infraestrutura necessária para produzir combustível sustentável de aviação (SAF) em escala comercial. E olha, não é pouco: falamos de uma redução de até 80% nas emissões de carbono comparado ao querosene comum.
Por que isso é grande coisa?
Pra começar, o setor aéreo responde por cerca de 2% das emissões globais — parece pouco, mas equivale a um país inteiro como a Alemanha. A diferença? Enquanto outros setores encontram alternativas elétricas, aviões ainda dependem de combustíveis líquidos. Até agora.
O SAF brasileiro não vem do petróleo, mas sim de:
- Resíduos agrícolas (aquela sobra da colheita que ninguém sabia o que fazer)
- Óleos vegetais sustentáveis (sim, tem a ver com aquela plantação de soja que você vê na estrada)
- Até mesmo lixo urbano (transformando problema em solução)
E aqui vai o pulo do gato: enquanto Europa e EUA ainda engatinham nisso, o Brasil tem vantagem competitiva. "Temos matéria-prima, conhecimento agrícola e condições climáticas que outros países só sonham", explica um especialista do setor que preferiu não se identificar.
O que muda pra você?
No começo, provavelmente nada — ou quase. Os primeiros voos comerciais usando SAF devem ser mais caros (a conta sempre cai no nosso colo, né?). Mas a longo prazo:
- Passagens podem se tornar mais baratas com a escala de produção
- Empresas que adotarem cedo ganharão marketing verde de graça
- Seu cartão de embarque virá com selo de "voando limpo"
Ah, e pra quem acha que 2027 está longe: alguns voos experimentais já estão usando misturas de SAF em rotas internacionais. A Gol e a Azul devem ser as primeiras a adotar oficialmente quando a produção começar.
Resta saber: será que os brasileiros estarão dispostos a pagar um pouco mais por uma consciência tranquila? Ou vamos esperar que as companhias absorvam o custo? Bom, pelo menos agora temos a opção — e isso já é um começo e tanto.