
O coração parece não querer aceitar. Às vezes a vida prega essas peças cruéis — uma simples viagem de carro que termina em tragédia. Foi o que aconteceu naquele domingo fatídico, 5 de outubro, na rodovia SP-255, perto de Matão.
Quem poderia imaginar? Uma árvore de grande porte simplesmente desabou sobre o veículo onde estava Edimilson Donizete Martins, de 46 anos. Músico, pai de família, homem que tinha uma vida pela frente. A queda foi brutal, instantânea. Não deu tempo nem para reagir.
E agora? A pergunta que ecoa no vazio deixado pela partida repentina.
O longo caminho da recuperação
Enquanto isso, na Santa Casa de Araraquara, sua esposa — cujo nome a família prefere preservar neste momento de dor — lutava pela própria recuperação. Ela estava no mesmo carro, testemunhou tudo. O susto, o impacto, a perda.
Foram dias de internação. Exames, observação, aquele ambiente hospitalar que ninguém deseja conhecer por essas circunstâncias. Mas, numa notícia que traz algum alívio em meio à escuridão, ela recebeu alta médica nesta segunda-feira (6).
Os médicos acompanharam de perto seu estado — tanto o físico quanto o emocional, que deve estar em frangalhos. Como processar uma perda tão abrupta?
Uma família despedaçada
Edimilson não era apenas mais um nome nas estatísticas de trânsito. Era marido, pai, músico — alguém que tocava vidas além dos instrumentos. O casal tem filhos, e agora esses jovens enfrentam o pior pesadelo: crescer sem o pai.
O corpo dele foi liberado pelo IML de Araraquara após os trâmites de praxe — que devem ter sido agoniantes para a família — e velado no cemitério São Bento, em Tabatinga. O enterro aconteceu no próprio domingo, um final abrupto para uma história que merecia mais capítulos.
O que levou à queda?
Aqui mora uma das grandes angústias. Árvores não caem assim, do nada, sem motivo. A Polícia Militar Rodoviária abriu investigação — claro — mas ainda não há respostas conclusivas.
Seriam as chuvas recentes? Alguma praga que enfraqueceu as raízes? Falta de manutenção? São especulações que não devolvem um marido, um pai, mas que pelo menos podem trazer algum sentido — se é que é possível encontrar sentido nisso tudo.
O acidente aconteceu por volta das 16h30, num trecho rural entre Matão e Tabatinga. Horário em que as famílias costumam estar reunidas, aproveitando o final de semana. Ironia do destino, não?
O recomeço mais difícil
Agora, a viúva enfrenta o desafio de voltar para casa — uma casa que não será mais a mesma. Os instrumentos musicais dele ainda devem estar lá, as lembranças de uma vida construída a dois.
Ela carrega não apenas as dores físicas da batida, mas aquela ferida interna que nenhum remédio cura. O luto é um território desconhecido, e cada um o atravessa do seu jeito.
Enquanto isso, na SP-255, a vida segue. Carros continuam passando pelo local do acidente, talvez sem nem saber da tragédia que aconteceu ali. A estrada é assim — impiedosa com suas histórias não contadas.