O que começou como mais um domingo tranquilo nas redondezas de Porteirinha transformou-se rapidamente num pesadelo. A barragem Bico da Pedra, normalmente cenário de pescarias e momentos de lazer, testemunhou uma tragédia que deixou familiares e amigos em estado de choque.
Eram por volta das 16h30 desse dia 6 de outubro quando o impensável aconteceu. Um rapaz de apenas 21 anos — cheio de vida e planos — resolveu entrar nas águas aparentemente calmas da represa. Quem poderia imaginar que aquele mergulho seria o último?
A correnteza, traiçoeira como costuma ser nesses locais, mostrou sua força em questão de minutos. Testemunhas relataram à Polícia Militar que o jovem, cuja identidade ainda não foi totalmente divulgada, começou a lutar contra a água. Uma luta desigual, desesperada.
Corrida Contra o Tempo
O socorro veio rápido, mas nem sempre rápido é suficiente. O Corpo de Bombeiros foi acionado imediatamente, chegando ao local num piscar de olhos. Mergulharam nas águas turvas, procurando freneticamente pelo rapaz. Minutos que pareceram horas se passaram até que, finalmente, o encontraram.
O resgate foi feito, o atendimento prestado no local mesmo. Mas ah, como a vida pode ser cruel às vezes. Os esforços dos bombeiros e dos profissionais de saúde — heróis anônimos que fazem de tudo para salvar vidas — não foram suficientes. O jovem não resistiu.
Um Alerta Que Precisa Ser Ouvido
Essa história me faz pensar: quantas vezes ignoramos os perigos que parecem distantes? A barragem Bico da Pedra, como tantas outras pelo Brasil afora, esconde riscos que muitos subestimam. Correntes subaquáticas, profundidades variáveis, água fria — são armadilhas naturais que não perdoam.
E o pior é que não é o primeiro caso do tipo. Todo verão a mesma triste história se repete em diferentes cantos do país. Parece que a gente nunca aprende, ou acha que «comigo é diferente».
Não é diferente. A água não escolhe vítimas.
O Que Fica Para a Família
Enquanto escrevo estas linhas, imagino a dor dos familiares. Receber aquela notícia que nenhum pai, nenhuma mãe quer ouvir. O silêncio que se instala numa casa que antes era cheia de vida. Planos interrompidos, sonhos adiados para sempre.
O corpo do jovem foi encaminhado para o Instituto Médico Legal de Janaúba. Lá, os procedimentos de praxe serão realizados antes que a família possa, finalmente, se despedir. Um momento de dor que nenhuma palavra consegue realmente confortar.
Que essa tragédia sirva de alerta — não apenas para os moradores de Porteirinha, mas para todos que buscam refrescar-se em águas naturais. As barragens podem parecer convidativas, mas escondem perigos que exigem respeito e cautela.
