
Era pra ser mais um domingo qualquer, desses que começam com sol forte e promessas de banho refrescante. Mas o que aconteceu nas águas escuras do Rio Amazonas, em Parintins, vai deixar marcas permanentes. Um vídeo de câmera de segurança — daqueles que a gente nunca espera que vá captar algo assim — registrou os últimos instantes de um jovem de 21 anos antes de simplesmente sumir.
O fato ocorreu por volta das 15h30 de domingo (25), na orla da cidade. Testemunhas contam que o rapaz, ainda não identificado oficialmente, entrou na água num ponto conhecido como Praça do Ribeirão. Não estava sozinho. Havia gente por perto, gente que viu, gente que nem percebeu. A vida seguia normal, até que não seguiu mais.
O Corpo de Bombeiros foi acionado quase que imediatamente. Dois barcos, equipes de mergulhadores, gente preparada para o pior — porque o Amazonas não perdoa, todo mundo sabe disso. As buscas se estenderam pela tarde, pela noite, e continuam até agora. Nada ainda. Apenas o silêncio inquietante das águas barrentas.
O Vídeo que Ninguém Queria Ver
As imagens são brutas. Mostram o exato momento em que o jovem avança rio adentro. Não dá pra ver agitação, nem briga, nem nada que indique pânico. Só o movimento natural de quem entra na água. E depois… bem, depois só o vazio. A câmera continua gravando, como se nada tivesse acontecido. A vida insiste em seguir, mesmo quando uma família inteira para.
Alguns moradores mais antigos da região já comentavam, com a voz embargada, que o ponto onde o desaparecimento ocorreu é traiçoeiro. Correntezas submersas, mudanças bruscas de profundidade — o rio esconde perigos que só quem vive ali conhece. E mesmo assim, às vezes, pega até os mais experientes.
Desespero e Esperança
Enquanto as equipes de busca varrem o trecho, familiares e amigos se aglomeram na margem. Uns rezam. Outros choram. Muitos apenas olham para o rio, como se esperassem um milagre. É um daqueles momentos em que a comunidade para e respira junto — infelizmente, não pela primeira vez.
O caso lembra outros desaparecimentos recentes na região, todos envolvendo banhistas que subestimaram a força das águas amazônicas. Só neste ano, já são pelo menos três ocorrências similárias — e isso só em Parintins. Algo que deveria servir de alerta, mas que muita gente ainda ignora, até que a tragédia bata à porta.
As autoridades locais já falam em reforçar a sinalização nas áreas de risco e aumentar o patrulhamento preventivo. Medidas importantes, sem dúvida, mas que chegam tarde para algumas famílias.
Enquanto isso, o rio segue fluindo. Indiferente. E uma pergunta ecoa na cabeça de todos: até quando?