
Era para ser mais uma travessia rotineira, daquelas que fazemos no piloto automático. Mas na última terça-feira (26), por volta das 19h, tudo mudou para Ryan Kauan da Silva, de apenas 19 anos. O temporal que caía sobre Monte Alegre, no oeste do Pará, transformou uma simples ponte em uma armadilha mortal.
Testemunhas ainda parecem assombradas pelo que viram. O veículo em que Ryan estava simplesmente foi arrastado pela força brutal das águas – que não perdoaram a tentativa de cruzar a ponte completamente alagada. Em questão de segundos, tudo desapareceu nas trevas do rio.
O que se seguiu foram 48 horas de angústia. Familiares, amigos e equipes de resgate mergulharam em uma corrida contra o tempo. Bombeiros, Defesa Civil e voluntários vasculharam a área sem descanso. Até que, na quinta-feira (28), por volta do meio-dia, o pior se confirmou.
O momento mais difícil
O corpo do jovem foi encontrado próximo ao local do desaparecimento. Uma cena que nenhuma família deveria testemunhar. A perícia técnica compareceu ao local para os procedimentos necessários, enquanto a comunidade ainda tentava processar a tragédia.
"A gente sempre acha que isso acontece com os outros, até que um dia acontece com a gente", comentou um morador local, visivelmente abalado. E de fato – quantos já não arriscaram cruzar aquela mesma ponte em condições similares?
Além de uma estatística
Ryan não era apenas mais um número. Era um jovem de 19 anos com história, sonhos, pessoas que o amavam. Sua morte deixa um vazio impossível de preencher. E levanta questões urgentes sobre a infraestrutura local e os protocolos de segurança durante eventos climáticos extremos – que parecem estar cada vez mais frequentes.
Enquanto a família se despede do jovem, que será velado e enterrado nesta sexta-feira (29), a comunidade de Monte Alegre se une no luto. Uma triste lembrança de como a força da natureza pode ser implacável, e de como cada segundo conta quando decidimos desafiar seus limites.