
O verão europeu está pegando fogo — literalmente. Enquanto turistas lotam praias, bombeiros enfrentam labaredas que avançam sem piedade. A situação é dramática: só nas últimas 48 horas, mais de 100 focos foram registrados na bacia do Mediterrâneo.
O inferno na terra
Na Grécia, as ilhas de Rodes e Corfu viraram cenário de filme apocalíptico. Moradores acordaram com o céu vermelho e cinzas caindo como neve suja. "Parecia o fim do mundo", descreve um residente, ainda abalado. Mais de 19 mil pessoas já foram retiradas — a maior evacuação da história do país.
Portugal não fica atrás. O Algarve, normalmente associado a resorts luxuosos, hoje tem estradas bloqueadas por chamas. Os termômetros marcaram 46°C em algumas regiões, recorde absoluto. "É como lutar contra um dragão que cospe fogo", compara um bombeiro exausto.
Espanha na berlinda
Na Catalunha, o fogo devasta parques naturais a uma velocidade assustadora. Helicópteros sobrevoam áreas residenciais, jogando água em tentativas desesperadas. Autoridades espanholas declararam alerta máximo em sete províncias. E olha que o pior pode estar por vir — a previsão é de mais calor nos próximos dias.
O que está por trás dessa catástrofe? Especialistas apontam o dedo:
- Ondas de calor persistentes (e cada vez mais frequentes)
- Ventos que mudam de direção sem aviso
- Secas prolongadas que transformam vegetação em combustível perfeito
Não é exagero dizer que o Mediterrâneo está virando um barril de pólvora. E enquanto isso, governos correm contra o relógio — alguns questionam se fizeram o suficiente para prevenir. Bombeiros gregos, por exemplo, trabalham há 10 dias sem descanso. Heróis anônimos nessa guerra desigual contra as chamas.
Para piorar, o turismo — vital para essas economias — sofre golpe duplo: cancelamentos em massa e imagens que afugentam visitantes. Hotéis transformados em abrigos, praias desertas com céu enegrecido. Um verão que prometia recuperação pós-pandemia, agora reduzido a cinzas.