
A paisagem paradisíaca da Chapada dos Veadeiros está sendo transformada em cinzas. Um incêndio de proporções assustadoras já consumiu mais de 3 mil hectares de vegetação nativa e, pasmem, invadiu a Reserva Indígena Avaá-Canoeiro. A situação é dramática, para dizer o mínimo.
Desde a última quarta-feira que as chamas não dão trégua. O fogo começou de forma discreta, mas logo ganhou força — e que força! — alimentado pela vegetação seca típica deste período do ano. Parece que o cerrado está se rebelando contra tanta negligência.
Combate Contra o Tempo
Enquanto escrevo, bombeiros, brigadistas e voluntários travam uma batalha hercúlea contra as chamas. São mais de 30 pessoas no front, incluindo aqueles bravos guerreiros do Prevfogo/Ibama. Eles trabalham sob condições brutais: calor intenso, ventos caprichosos e aquele sentimento angustiante de estar sempre um passo atrás do fogo.
O que mais preocupa — e aqui minha voz treme um pouco — é que as chamas já ultrapassaram os limites do Parque Nacional e agora avançam sobre território indígena. Os Avaá-Canoeiro, que já enfrentaram tantas batalhas ao longo da história, agora veem seu lar ameaçado pelas chamas.
Um Ecossistema em Risco
Não é só sobre árvores queimando, vocês entendem? A Chapada abriga espécies únicas, algumas que não existem em nenhum outro lugar do planeta. E pensar que tudo isso pode virar fumaça... É de cortar o coração.
As causas ainda são investigadas, mas sabemos como isso geralmente começa: uma bituca de cigarro aqui, uma queimada 'controlada' que fugiu do controle ali. Às vezes me pergunto quando vamos aprender a respeitar esse patrimônio que é nosso.
Enquanto isso, a fumaça se espalha pelo céu goiano, levando consigo não apenas partículas, mas também a esperança de um amanhã melhor para nossas riquezas naturais. O cerrado clama por ajuda — resta saber se estamos ouvindo.