
Um cenário de filme de terror — só que real. Foi assim que moradores de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, descreveram o incêndio que começou na tarde desta segunda-feira (18) e já consumiu boa parte da vegetação da Chapada do Lagoão. O fogo, que parece ter vida própria, avança sem piedade, alimentado pelo vento seco e pela vegetação ressecada.
Por volta das 15h, uma fumaça espessa começou a subir no horizonte. Em questão de minutos, o céu azul virou cinza. "Parecia que o sol tinha desaparecido", contou Dona Maria, dona de um pequeno comércio na região. Ela, que vive há 40 anos no local, nunca tinha visto nada parecido.
Bombeiros em ação contra o tempo
Os bombeiros chegaram rápido — mas o fogo foi mais rápido ainda. Dois helicópteros sobrevoam a área jogando água, enquanto equipes em terra tentam criar barreiras para frear o avanço das chamas. O problema? O terreno acidentado e os acessos difíceis. "É como tentar apagar um inferno com copo d'água", resumiu um soldado, suando a camisa.
Até agora, não há confirmação de vítimas — mas o prejuízo ambiental é incalculável. A Chapada do Lagoão abriga espécies raras de plantas e animais típicos do cerrado mineiro. Biólogos já falam em "tragédia anunciada", já que a região passa por uma seca histórica.
E agora?
Enquanto isso, a população fica de olho no vento — que pode levar as chamas para áreas habitadas. A Defesa Civil já orientou famílias próximas a se prepararem para possível evacuação. "Melhor prevenir do que remediar", disse o coordenador, enquanto distribuía máscaras contra a fumaça.
O que causou o incêndio? Ainda é cedo para dizer. Pode ter sido um balão caído, uma bituca de cigarro mal apagada ou até — pasme — ação criminosa. A Polícia Ambiental já anunciou investigação. Enquanto isso, o fogo segue escrevendo sua história de destruição no coração de Minas.