
Não foi um simples fogo de chão. O que começou como uma fagulha aparentemente inofensiva se transformou num pesadelo de proporções bíblicas no Parque Itaim, em Taubaté. Às 15h desta quinta (17), o céu já não era azul — era cinza, tingido pela fumaça que cobria o sol como um véu macabro.
Os números assustam: 80 mil metros quadrados viraram pó. Isso dá uns 11 campos do Maracanã, pra você ter ideia. E olha que o parque é um dos últimos refúgios de fauna silvestre na região — quantos bichos não viraram torradas nesse inferno?
O trabalho dos heróis de botas
Enquanto a maioria corria pra longe, um time de 20 bombeiros encarou as chamas de peito aberto. Três caminhões-pipa, dois veículos de combate e até um helicóptero entraram na dança. "Tá complicado", confessou um capitão suado, com a voz rouca de tanto inalar fumaça. "O vento tá jogando contra."
Ah, o vento... Malandro traiçoeiro que espalhou o fogo feito pipoca em óleo quente. E a secura? Nem me fale. Tá tão seco que até cacto tá pedindo água mineral.
E agora?
Até o fechamento desta matéria, as labaredas ainda cuspiam fúria. A Defesa Civil já deu o alerta pra moradores próximos: "Fiquem de olho e preparem máscaras". A fumaça tóxica não brinca em serviço — idosos e crianças são os mais vulneráveis.
E a causa? Aí é que tá. Ninguém sabe ainda se foi balão criminoso, bituca de cigarro ou simplesmente o sol implacável fazendo estrago. Uma coisa é certa: o prejuízo ambiental vai doer por anos. O Itaim abrigava espécies raras de aves e vegetação nativa que levou décadas pra crescer.
Taubaté chora hoje. E o pior? A temporada de queimadas mal começou...