Vale do Taquari em crise: enchentes devastam turismo e moradores clamam por ajuda
Enchentes no RS: Vale do Taquari perde milhões com tragédia

Ninguém esperava que as águas subiriam tanto — e tão rápido. Em questão de horas, o Vale do Taquari, cartão-postal do Rio Grande do Sul, virou um cenário de filme catástrofe. Restaurantes submersos, pousadas com água pela cintura, estradas que simplesmente sumiram do mapa. O prejuízo? Calcula-se em dezenas de milhões, mas o baque emocional é incalculável.

"A gente viu a vida ir embora junto com a correnteza", desabafa uma dona de pousada, enquanto tira lama do que era seu jardim de inverno. O sotaque carregado não esconde a raiva mista de desespero. E ela não está sozinha: são centenas de histórias assim espalhadas pelos 36 municípios atingidos.

Cristo Protetor entra em cena

Enquanto o poder público se arrasta (como sempre), uma figura inesperada virou símbolo de resistência: o Cristo Protetor de Encantado. A estátua, que antes atraía turistas pela vista panorâmica, agora coordena doações. "É surreal ver caminhões de ajuda saindo do pé do monumento", comenta um voluntário, sujo de barro até o joelho.

  • Mais de 5 mil cestas básicas distribuídas
  • Roupas e colchões para 800 famílias
  • Mutirão de limpeza com 200 pessoas

Mas nem tudo são boas notícias. O cheiro de mofo já toma conta das ruas, e o risco de doenças preocupa. Sem falar nos hotéis vazios — a alta temporada, que prometia salvar o ano, virou pesadelo contábil.

Turismo em coma

Passeios de barco? Cancelados. Cachoeiras? Interditadas. A famosa gastronomia alemã? Cozinhas destruídas. "Levamos 20 anos construindo nossa reputação e 48 horas pra perder tudo", lamenta um chef enquanto examina panelas amassadas.

Os números assustam:

  1. 85% das pousadas inoperantes
  2. Prejuízo estimado em R$ 38 milhões só no setor
  3. Temporada de inverno praticamente perdida

Enquanto isso, nas redes sociais, a hashtag #ValeDoTaquariResiste viraliza. Jovens organizam "abraceços" (sim, abraços com varredeiras) nas cidades mais afetadas. Até celebridades gaúchas entraram na onda, prometendo shows beneficentes.

Mas a pergunta que fica: quando as câmeras se virarem pra próxima tragédia, quem vai lembrar do Vale? A resposta talvez esteja nas mãos — agora calejadas — dos próprios moradores.