
O Paquistão está mergulhado em caos. As chuvas de monção — aquelas que todo ano castigam a região, mas dessa vez com uma fúria incomum — transformaram ruas em rios, casas em escombros e vidas em estatísticas. Quatro dias. É o que bastou para o número de mortos chegar a quase 350, segundo dados oficiais que, convenhamos, provavelmente subestimam a realidade.
Não é exagero dizer que o cenário lembra um filme de desastre — só que sem efeitos especiais ou final feliz. As províncias de Punjab e Khyber Pakhtunkhwa são as mais afetadas, com estradas arrastadas pela força das águas e comunidades inteiras isoladas. "Parece que o céu decidiu desabar sobre nós", desabafa um morador de Lahore, enquanto tirava água de casa com um balde furado — metáfora perfeita para a sensação de impotência.
O que as autoridades estão fazendo?
O governo paquistanês — que já tinha a agenda cheia com crise econômica e tensões políticas — agora enfrenta um desafio extra:
- Mais de 1.000 feridos hospitalizados
- Estradas críticas interditadas
- Eletricidade cortada em diversas regiões
As equipes de resgate trabalham contra o relógio (e contra a natureza), usando até helicópteros militares para alcançar áreas inacessíveis. Mas será suficiente? Difícil responder quando até os abrigos temporários estão alagados.
E o futuro?
Meteorologistas advertem: o pior pode estar por vir. Com os solos já saturados, novas chuvas — mesmo que menos intensas — podem desencadear mais deslizamentos. Enquanto isso, agricultores veem suas plantações virarem lama, o que promete impactar a já combalida economia local.
Não é a primeira vez que o Paquistão sofre com enchentes — em 2022, um terço do país ficou submerso. Mas essa repetição de tragédias climáticas levanta questões incômodas: até quando vidas serão perdidas antes que medidas preventivas sérias sejam tomadas?