Barragem de Jucazinho atinge colapso em Pernambuco e gera corrida contra o tempo
Barragem de Jucazinho entra em colapso em Pernambuco

Era para ser um dia como qualquer outro na região do Agreste de Pernambuco. Mas o que se via era tudo, menos normalidade. A Barragem de Jucazinho, aquela que teima em ser manchete há anos, finalmente deu o veredito final: entrou em colapso.

Não foi algo súbito, diga-se de passagem. Os sinais estavam lá, claros como água — com o perdão do trocadilho. O volume morto, aquele reserva de emergência que ninguém quer usar, já estava sendo acionado desde maio. A situação, francamente, era uma bomba-relógio prestes a explodir.

O desespero toma conta

Imagine acordar com a notícia de que a estrutura que segura bilhões de litros de água simplesmente não aguenta mais. Foi exatamente isso que aconteceu com os moradores de Surubim e outras nove cidades que dependem do complexo. O nível atingiu 100% da capacidade — e olha que estamos falando de uma barragem que abastece cerca de 600 mil pessoas.

As equipes da Defesa Civil não mediram esforços. Correram contra o tempo para avaliar os estragos enquanto a população segurava a respiração. O que me faz pensar: até quando vamos depender de estruturas tão frágeis?

Um histórico de problemas

Jucazinho não é novata nas páginas dos jornais. Em 2023, a barragem já havia declarado estado de alerta — um aviso que, parece, não foi suficiente. Agora, o pior cenário se concretizou.

O volume morto, a última linha de defesa, estava sendo usado desde o dia 12 de maio. A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) tentou alongar ao máximo o recurso, mas a natureza não perdoa. As chuvas dos últimos dias foram o estopim para o inevitável.

E agora, José?

Pergunta que não quer calar: o que acontece com as cidades que dependem dessa água? Surubim, Casinhas, Santa Maria do Cambucá, Vertentes, Bom Jardim, Orobó, Machados, Limoeiro, Umirim e Salgadinho estão no olho do furacão.

A Compesa garante que está monitorando a situação de perto. Mas convenhamos: monitorar é pouco quando a água está literalmente escapando pelos dedos. A população, é claro, vive um misto de indignação e medo. Quem vai garantir que o abastecimento não será afetado? Quem responde por anos de negligência?

Uma coisa é certa: o colapso de Jucazinho não é apenas um evento isolado. É o retrato de um sistema que precisa urgentemente de revisão — antes que outras barragens sigam o mesmo caminho.