
O que era para ser um sinal de segurança se transformou em silêncio preocupante. Na última sexta-feira, enquanto uma chuva daquelas de assustar desabava sobre Manaus, muita gente ficou esperando aquele som característico que nunca veio. O tal sistema de alerta sonoro simplesmente não funcionou — e a explicação veio depois, é claro.
A Defesa Civil do Amazonas — aquela que deveria nos avisar quando o tempo vira contra — admitiu que o sistema ainda está "andando com as próprias pernas", numa fase que eles chamam de "implantação gradual". Soa bem técnico, não? Mas na prática significa que, quando a natureza resolve mostrar sua força, os manauaras ficam meio que no escuro. Ou melhor, no silêncio.
Implementação aos poucos — mas e as chuvas?
Parece aquela história de "estamos melhorando", mas a realidade é que os 42 sirenes espalhadas pela cidade — sim, quarenta e duas! — ainda não conversam direito umas com as outras. A coordenação estadual jura que o negócio está evoluindo, mas confesso que fico pensando: e se fosse algo mais sério? Chuva forte a gente até aguenta, mas e se fosse uma enchente daquelas de tirar o sono?
O pior é que não é a primeira vez. Esses equipamentos foram instalados faz tempo, mas parece que nunca funcionam quando a gente mais precisa. É como ter um guarda-chuva que só abre quando não está chovendo.
E os moradores? Bem, cada um por si
Enquanto isso, a população se vira como pode. Alguns ficam de olho no céu — aquele jeito antigo de prever tempestade —, outros confiam em aplicativos de previsão do tempo. Mas convenhamos: não era para ser assim. Um sistema de alerta que não alerta é como um despertador que não toca: você só descobre o problema quando já é tarde demais.
Ah, e tem mais uma coisinha: a Defesa Civil diz que está treinando as equipes. Treinando? Depois de tanto tempo? Me soa um pouco como aprender a nadar depois que o barco já afundou.
O que me preocupa — e deveria preocupar todo mundo — é que estamos numa região onde o clima pode pregar peças feias. E contar com a sorte não é exatamente a melhor estratégia de segurança. A promessa é que até o final do ano tudo esteja funcionando redondinho. Tomara. Porque da próxima vez, pode não ser só uma chuva passageira.