Tornado causa destruição generalizada no Paraná
Um tornado de grande intensidade atingiu diversas cidades do estado do Paraná, deixando um rastro de destruição e tragédia. Pelo menos dez municípios foram afetados pela força da natureza, com ventos que chegaram a impressionantes 96km/h em Foz do Iguaçu.
Vítima fatal e famílias desabrigadas
Em Guarapuava, região central do estado, a situação foi particularmente grave. Um morador identificado como José Neri Geremias, de 53 anos, não resistiu aos ferimentos causados pelos escombros quando sua casa desabou com a ventania. Sua esposa encontra-se internada, enquanto a comunidade local tenta se recuperar do trauma.
Em um assentamento rural de Guarapuava, mais de 30 famílias foram impactadas diretamente pelo tornado. A realidade é chocante: mais da metade das residências foram completamente destruídas, deixando dezenas de pessoas sem teto. Oito pessoas ficaram feridas em decorrência do fenômeno natural.
Cenário de devastação e histórias de sobrevivência
O cenário descrito pelos moradores é de completa devastação. Araucárias centenárias foram partidas ao meio pela força dos ventos, casas foram arrasadas e galpões industriais desabaram. A paisagem que antes era verde e organizada transformou-se em um amontoado de escombros e destruição.
Cleiton Makoski viveu momentos de terror quando sua casa foi destruída pelo tornado. Seu carro foi parar em cima dos escombros da própria residência, e ele foi salvo pelo filho de apenas 14 anos. Emocionado, Cleiton compartilhou seu alívio: "Hoje, graças a Deus, eu vi meu piá. De lá eu pensava só nele. Quando eu enxerguei ele chamando meu nome... nossa, aquilo foi, para mim, foi..."
O agricultor refletiu sobre a perda dos bens materiais: "Só que o bem material como os outros falam que reconstrói, né? E o que você vai passar para fazer isso, sabe?" Ele ainda descreveu a sensação de desamparo após a tempestade: "Não tem como descrever uma coisa dessa que você passou, é muito triste mesmo. Depois, na chuva, tu olha em volta, não tem uma folha de árvore para se abrigar".
Destruição em múltiplas cidades
Os estragos não se limitaram a Guarapuava. Em Foz do Iguaçu, parte do telhado de um barracão foi arrancada e atingiu a rede elétrica, causando mais transtornos para a população. Na área rural de Londrina, a situação foi igualmente crítica.
Deise Lima e Silva, empresária e produtora rural de Londrina, relatou o susto: "Eu achei que fosse um raio que tinha caído em cima da casa, mas foi o barracão que a estrutura foi levada pelo vento e caiu em cima da casa". Ela acrescentou: "Você não é capaz de imaginar o que aconteceu aqui. Ninguém é capaz de imaginar. Só quem estava presenciando tudo isso, levando as pedradas do granizo e sentindo o vento na pele, cortando, que sabe o que aconteceu aqui".
Barracões que armazenavam máquinas agrícolas na região de Londrina ficaram totalmente destruídos, comprometendo o trabalho e sustento de famílias que dependem da agricultura.
Solidariedade e reconstrução
José Carlos, agricultor do assentamento em Guarapuava, expressou a dor da comunidade: "Infelizmente, perdemos o companheiro Neri, que morava nessa casa, que acabou falecendo. A gente tentou ajudar, mas não conseguiu salvar ele. É uma situação desesperadora, a gente nunca passou por isso, nunca aconteceu na nossa região".
As equipes de emergência continuam trabalhando nas áreas afetadas para avaliar todos os danos e prestar assistência às famílias desabrigadas. O governo estadual já foi acionado para fornecer apoio às vítimas deste que é considerado um dos piores desastres naturais recentes na região.
