Imagine acordar com o céu alaranjado e um calor que não é do sol. Foi exatamente isso que aconteceu com os moradores de uma região do Piauí nesta quinta-feira (28). Um pesadelo em forma de fogo, com labaredas que facilmente passavam dos quatro metros — altura de uma casa de um andar —, transformou a paisagem e botou medo real na galera.
O negócio começou não se sabe bem como, mas pegou com uma força descomunal. A vegetação, castigada por um período seco dos infernos, virou combustível perfeito. Em poucas horas, o que era um foco se tornou uma muralha de chamas avançando sem piedade.
O trabalho dos bombeiros é hercúleo, para dizer o mínimo. Eles tão lá, enfrentando o calorão insuportável e um vento que teima em mudar de direção, espalhando o fogo como se fosse um zumbi correndo. Os equipamentos são testados ao limite, e a água às vezes parece uma gota no oceano de fogo.
Medo, Fumaça e uma Incerteza Enorme
Quem mora perto do incêndio vive horas de angústia. A fumaça é densa, a ponto de dificultar a respiração e encobrir o sol. "Parecia o fim do mundo", contou um senhor, ainda abalado. A preocupação maior, claro, é que as chamas avancem para as residências. Até o momento, não há registro de casas atingidas ou feridos, graças a Deus. Mas o alívio ainda não veio.
Além do perigo imediato, todo mundo se pergunta: qual o estrago para a natureza? Quantos animais morreram? A mata vai demorar décadas para se recuperar? São perguntas que não têm resposta na correria do combate.
E Agora, José?
Enquanto as equipes lutam contra o relógio e o fogo, a população torce por uma mudança no tempo. Uma chuvinha, mesmo que fraca, seria um milagre. Até lá, a ordem é ficar longe da área e seguir as orientações dos profissionais. A situação é grave, imprevisível e serve de alerta máximo para o período de queimadas, que todo ano transforma o Brasil numa pira.
Uma tristeza sem tamanho ver nosso bioma ardendo assim.
