Numa tarde de quarta-feira que parecia comum, o impensável aconteceu. Lá pelas 15h, o silêncio rotineiro da UBS do bairro de São João, em Marituba, foi quebrado por um estrondo ensurdecedor. Sim, o teto simplesmente cedeu. E não foi pouco.
Dois agentes comunitários de saúde — esses heróis anônimos que caminham sob sol e chuva — estavam lá, cumprindo seu ofício. De repente, placas de gesso, vigas e uma poeira infernal desceram sobre eles. Um cenário de pesadelo que ninguém espera encontrar num local que deveria ser sinônimo de cuidado.
Reação imediata e socorro
O que se seguiu foi correria, gritos e uma mobilização que, diga-se de passagem, foi rápida. Colegas de trabalho, aqueles que viraram família no dia a dia, não pensaram duas vezes. Socorreram os dois profissionais atingidos enquanto o pó ainda pairando no ar. Algo de cortar o coração.
O Corpo de Bombeiros foi acionado na hora — e chegaram em tempo recorde. Os dois agentes, ainda assustados e com dores, foram levados para o Hospital Municipal de Marituba. Felizmente, os ferimentos não eram graves. Machucados, sim, mas nada que colocasse suas vidas em risco. Um alívio, convenhamos.
E agora, o que diz a prefeitura?
A Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) emitiu uma nota — daquelas bem formais — confirmando o ocorrido. Disse que está apurando as causas do desabamento (óbvio) e que vai vistoriar todas as outras unidades da cidade. Algo que, cá entre nós, já devia ter sido feito há tempos, não?
Ah, e informou também que os dois profissionais já receberam alta médica. Uma boa notícia em meio a toda essa desgraça. Mas a pergunta que fica é: e as outras unidades? Quantas estão prestes a virar abaixo?
Incidentes como esse não são apenas acasos. Expõem uma realidade dura: a negligência com o que é público. E quem paga o pato são sempre aqueles que estão na linha de frente, tentando fazer a diferença.
