Mais de 50 horas após o início de um grande incêndio, o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro ainda realiza trabalhos de rescaldo na Ceasa, a principal central de abastecimento do estado. O fogo, que começou na madrugada de quarta-feira (3), atingiu o Pavilhão 43, em Irajá, na Zona Norte da capital.
Combate às chamas enfrenta dificuldades
Os bombeiros enfrentaram obstáculos significativos para controlar as chamas. A forma como os produtos estavam armazenados nos boxes dificultou o combate ao fogo. Além disso, os agentes se depararam com uma grande quantidade de ferro retorcido no local, o que tornou o trabalho mais lento e complexo.
A Polícia Civil ainda não iniciou a perícia técnica para apurar as causas do sinistro. A investigação só começará após a conclusão total do rescaldo pelos bombeiros.
Impacto no funcionamento e abastecimento
A administração da Ceasa informou que o mercado funcionará normalmente nesta quinta-feira (4), com exceção do Pavilhão 43, que permanecerá parcialmente interditado. Dos 50 boxes que funcionavam no galpão atingido, 28 foram totalmente destruídos. Os demais poderão voltar a operar.
Apesar da dimensão do incidente, o órgão reforçou que o abastecimento de alimentos no estado do Rio de Janeiro está garantido. A central de Irajá recebe entre 500 e 600 caminhões de carga por mês, volume considerado suficiente para manter o fluxo que atende a capital e os municípios da Região Metropolitana.
Rotina mantida nos outros pavilhões
A rotina dos produtores e permissionários será mantida nos demais setores:
- Às 3h da manhã, abre o Pavilhão 21, conhecido como "Pedra", onde trabalham os produtores rurais.
- Às 6h, começam a funcionar as lojas dos outros pavilhões.
- Apenas o Pavilhão 43 terá restrições de acesso e operação.
O que foi destruído e a importância da Ceasa
O incêndio destruiu aproximadamente metade do Pavilhão 43, um dos 42 galpões que compõem a central. Felizmente, não houve registro de feridos. Três galpões adjacentes não abriram na manhã seguinte ao incêndio, mas a maior parte do entreposto funcionou normalmente.
O pavilhão atingido abrigava principalmente atacadistas de hortifrutigranjeiros, com destaque para batata, cebola, alho, frutas e legumes. Também funcionavam no local cerealistas, uma frutícola especializada, boxes de abóbora, melancia, milho e um mercado de grande porte que ocupava vários boxes. A estrutura incluía ainda uma lanchonete e a associação de produtores e comerciantes.
Fundada em 1974, a Ceasa do Rio é a principal central de abastecimento do estado. Só o entreposto de Irajá movimenta cerca de 60 mil pessoas e 40 mil veículos por dia, distribuindo alimentos para a capital e para cidades como São João de Meriti, Nilópolis, Nova Iguaçu, Duque de Caxias e Magé. O local reúne uma grande variedade de itens, desde frutas, verduras e legumes até pescados, cereais, embalagens e materiais diversos, além de contar com serviços como bancos, lotérica, transportadoras e postos de gasolina.