Tragédia em Hong Kong: incêndio em complexo residencial deixa 146 mortos
Um incêndio devastador que destruiu prédios residenciais no distrito de Tai Po, em Hong Kong, já causou a morte de 146 pessoas, conforme informou a polícia local neste domingo (30). O número de vítimas pode ainda aumentar, segundo as autoridades.
Detalhes da tragédia
O balanço foi atualizado após a inspeção de mais três torres das oito que compõem o complexo residencial Wang Fuk Court. Corpos foram encontrados nos telhados dos edifícios, indicando a gravidade da situação. A porta-voz da polícia, Tsang Shuk-yin, afirmou durante coletiva de imprensa que "não podemos descartar a possibilidade de mais vítimas".
O fogo começou na tarde de quarta-feira (26) por causas ainda desconhecidas, aparentemente nas redes de proteção que cobriam a obra de reforma do complexo. Essas redes serviam para proteger da poeira e da queda de objetos durante as obras.
Propagação rápida do fogo
Segundo as primeiras investigações, o incêndio se espalhou rapidamente para as demais torres devido às características da construção. As redes de proteção, os painéis de espuma e o bambu utilizado nos andaimes - que em Hong Kong substitui o metal - facilitaram a propagação das chamas.
O Corpo de Bombeiros recebeu os primeiros relatos do incêndio na quinta-feira (27). O Wang Fuk Court é um complexo habitacional composto por oito blocos e quase 2.000 unidades residenciais, localizado próximo à divisa do território autônomo chinês com o restante da China.
Resposta às vítimas e histórico
O governo de Hong Kong anunciou a criação de um fundo de auxílio às vítimas que já reúne US$ 38 milhões em doações de entidades e empresas. O volume de doações foi tão significativo que voluntários precisaram recusar contribuições adicionais de roupas e mantimentos.
O complexo afetado faz parte de um programa de subsídios para casa própria do governo local e foi inaugurado em 1983. Esta tragédia supera o incêndio mais mortal anterior na cidade, que ocorreu em novembro de 1996 no distrito de Kowloon, quando chamas causadas por soldagem durante reformas em um prédio comercial mataram 41 pessoas.
Na época da tragédia anterior, uma investigação resultou em amplas atualizações nos padrões de construção e nas normas de segurança contra incêndio em prédios comerciais, lojas e residências.
Entre os sobreviventes, William Li, de 40 anos, relatou ter ficado duas horas preso em um dos edifícios em chamas. O homem contou que chegou a pensar que iria morrer e se despediu de familiares e amigos durante o terrível episódio.
