
O que prometia ser mais uma manhã de deslocamento rotineiro transformou-se num verdadeiro pesadelo para milhares de passageiros da Linha 12 da CPTM. Tudo por causa de um incêndio — sim, daqueles de deixar qualquer um de cabelo em pé — que eclodiu bem próximo à linha férrea, na altura de Mogi das Cruzes, por volta das 8h30 desta quarta-feira (20).
O resultado? Um caos generalizado. A circulação dos trens, que normalmente flui como um rio calmo, simplesmente engasgou. A CPTM, tentando evitar algo pior — imagina só um trem passando no meio das chamas — reduziu drasticamente a velocidade das composições na região. E aí, é claro, o efeito dominó foi instantâneo.
O intervalo entre uma composição e outra, que normalmente é de uns 10 minutos, disparou para até 40 longos e agoniantes minutos. Quem estava no Brás, tentando chegar ao trabalho, ou em Calmon Viana, voltando para casa, ficou preso nesse limbo de concreto e aço. A plataforma, normalmente organizada, virou um mar de gente perdida, frustrada e olhando para o infinito à espera de um sinal verde.
CPTM tenta contornar o problema
Enquanto os bombeiros combatiam as chamas — felizmente, longe o suficiente para não atingir os trens — a operadora dos trens metia o pé no acelerador para resolver a bagunça. Eles soltaram um comunicado às pressas, praticamente um SOS digital, alertando todo mundo sobre a "intermitência" no serviço. Aviso dado: quem pudesse, que evitasse a linha. Quem não pudesse, paciência. Ia ser uma espera e tanto.
Mas aí vem a pergunta que não quer calar: como é que um incêndio num terreno baldio — porque no fundo foi isso — consegue paralisar uma das linhas de trem mais importantes da região? A verdade é que a infraestrutura é mais sensível do que a gente imagina. Qualquer coisinha vira um efeito borboleta de grandes proporções.
E os passageiros? Ah, esses coitados...
Numa manhã de quarta-feira, ninguém espera por isso. Teve gente que perdeu reunião importante, compromisso médico, hora extra. O clima nas estações era de pura resignação. Nada de tumulto, apenas aquela frustração silenciosa e coletiva de quem sabe que está refém de uma situação totalmente fora do seu controle.
Por volta das 10h, a fumaça começou a baixar — literal e figurativamente. O fogo foi controlado, e aos pouquinhos, muito lentamente, o intervalo entre os trens foi diminuindo. De 40 para 30, depois para 20 minutos. Uma melhora lenta, dolorosa, mas ainda assim uma melhora. A CPTM prometeu que ia normalizar tudo assim que a via estivesse 100% liberada e segura. Até lá, o jeito foi respirar fundo e esperar.
Incidentes como esse escancaram o quanto nosso sistema de transporte ainda é frágil. Basta um imprevisto, um fogo num mato, para tudo ir por água abaixo. E no final, quem paga o pato é sempre o mesmo: o passageiro, tentando apenas chegar onde precisa.