Explosão em depósito clandestino de fogos deixa 1 morto e 10 feridos no Tatuapé
Explosão em depósito clandestino mata 1 no Tatuapé

Explosão em residência do Tatuapé causa destruição e deixa vítimas

Uma violenta explosão seguida de incêndio atingiu uma casa no bairro do Tatuapé, Zona Leste de São Paulo, na noite de quinta-feira (13), resultando em uma pessoa morta e pelo menos dez feridos. O incidente ocorreu por volta das 19h45 na Rua Francisco Bueno, onde funcionava um depósito clandestino de fogos de artifício.

Suspeitas da polícia e material apreendido

De acordo com a Polícia Civil, os explosivos encontrados no local seriam utilizados na fabricação de balões. A 5ª Cerco (Central Especializada em Repressão ao Crime Organizado) localizou na residência buchas, cangalhas e canudos para rojões, itens típicos para a confecção desses artefatos. O Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Polícia Militar apreendeu pelo menos três caixas com rojões, que serão encaminhadas para perícia do Instituto de Criminalística.

Vítimas e consequências do acidente

O incidente resultou na morte de uma pessoa, encontrada carbonizada dentro da residência. A polícia suspeita que se trate de Adir de Oliveira Mariano, de 46 anos, morador do imóvel. Entre os dez feridos, uma mulher sofreu traumatismo craniano e foi internada na UTI, enquanto o neto de uma vizinha ficou gravemente ferido. Outras vítimas incluem um homem com ferimento na mão, outro com sangramento no ouvido e um jovem de 19 anos com escoriações. Seis pessoas tiveram ferimentos leves e não precisaram de hospitalização.

Impactos na comunidade e danos materiais

A explosão foi sentida em um raio de três quarteirões, com moradores comparando o barulho a "noite de Ano Novo" ou "um filme de terror". O impacto quebrou vidraças de apartamentos em prédios próximos e danificou veículos estacionados nas redondezas. A Defesa Civil interditou 23 imóveis vizinhos após vistoria realizada na madrugada de sexta-feira (14). Os residentes foram realocados para casas de familiares.

Entre as histórias de perdas pessoais, destaca-se a da cozinheira Sandra Souza, que trabalhava produzindo marmitas em casa e perdeu sua única fonte de renda. Ela afirmou estar "sem chão" por ter tido sua residência interditada. Além disso, houve relatos de desaparecimento de animais de estimação, incluindo o cão Fred e a gata Mia.

Linhas de investigação e histórico do suspeito

O caso foi registrado no 30º Distrito Policial do Tatuapé como crimes de explosão, crime ambiental e lesão corporal. Adir de Oliveira Mariano é o principal investigado pelas autoridades. Sua esposa, que havia saído para um shopping no momento do acidente, foi ouvida pela polícia e teve seu celular apreendido, alegando desconhecer que o marido armazenava explosivos em casa.

A investigação aponta que Adir, que trabalhava como ambulante, era envolvido com a prática de balões. Ele já havia sido investigado por soltar balões com fogos em 2011, embora absolvido em 2015 da acusação de associação criminosa. Em suas redes sociais, demonstrava interesse por balões e fogos de artifício.

Responsabilidade pelo imóvel e fiscalização

As autoridades informaram que o imóvel foi alugado há aproximadamente três meses. O irmão de Adir, Alessandro de Oliveira Mariano, foi ouvido pela polícia porque seu nome constava como locatário no contrato há cerca de nove anos, mas ele afirmou não residir mais no local e estar sem contato com Adir há sete anos. A identidade do atual proprietário e do locatário formal ainda precisa ser esclarecida.

Quanto à fiscalização, o Exército brasileiro explicou que só atua em empresas que fabricam, armazenam ou comercializam fogos de artifício quando estas necessitam de Certificado de Registro. A fiscalização do comércio e uso de fogos de artifício é responsabilidade das Polícias Estaduais, de acordo com o Decreto-Lei 4.238/1942. Empresas do setor precisam de licenças estaduais para funcionar, mas pessoas físicas não necessitam de registro no Exército para usar fogos, e não há regras específicas para armazenamento em residências.