Uma passageira de um voo particular registrou com seu celular o momento de tensão em que um caça F5 da Força Aérea Brasileira (FAB) se aproximou da aeronave em que ela estava. O fato ocorreu na tarde desta terça-feira, 23 de abril, durante um voo que havia saído do Aeroporto Campo de Marte, em São Paulo, com destino a Anápolis, em Goiás.
"Parecia cena de filme", relata passageira
A médica Stephanie Rizk, moradora de São Paulo, foi quem filmou a aproximação do caça. As imagens foram enviadas à TV Globo e viralizaram nas redes sociais. "Foi por volta das 14h19. Me deu medo real", contou Stephanie. "Achávamos que era simulação, mas depois foi explicado que era interceptação. Parecia cena de filme", completou a passageira, que viajava em um avião King Air. Ela ainda revelou seu pensamento no momento: "Só o que me faltava morrer assim".
Piloto explica a "blitz" aérea da FAB
Em contato com a reportagem, o comandante do avião, Francisco Carlos Miralles, que pilota desde 2011, tranquilizou sobre a situação. Ele explicou que a ação do caça foi uma interceptação de rotina para conferir dados da aeronave. "É como se fosse uma blitz de carro, porém aérea", comparou o piloto.
Miralles elogiou a atuação da FAB: "O procedimento foi executado com maestria pela FAB e com toda a segurança. Se não avisássemos os passageiros, eles nem perceberiam". Após a identificação, o piloto foi questionado sobre a procedência, o destino e a intenção do voo. Como tudo estava em ordem, a FAB autorizou a continuação da viagem. "Para quem faz tudo certinho, é sempre um privilégio poder voar em ala com um F5", concluiu o comandante.
Como funciona uma interceptação aérea
Segundo os protocolos da Força Aérea Brasileira, a interceptação segue um processo rigoroso. Tudo começa com a detecção de uma aeronave não identificada ou suspeita dentro da Zona de Identificação de Defesa Aérea (ZIDA). O controle de tráfego aéreo, civil ou militar, tenta então estabelecer contato por rádio para determinar a identidade e as intenções da aeronave.
Se não houver resposta, ou se a resposta for considerada insatisfatória, a FAB aciona seus caças interceptadores. A missão deles é identificar visualmente a aeronave e, se necessário, conduzi-la para um pouso seguro ou tomar outras medidas cabíveis. O Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) é o órgão responsável por planejar e coordenar essas ações de controle do espaço aéreo nacional.
A reportagem entrou em contato com o Comando da Aeronáutica para obter mais detalhes sobre esta interceptação específica e aguarda um posicionamento oficial.