Um acidente grave envolvendo um veículo que caiu em um buraco de obra não sinalizado mobilizou a Defesa Civil e deixou quatro jovens feridos em Bocaina, interior de São Paulo. O episódio ocorreu na madrugada do último dia 29 de novembro e teve como vítima mais grave um adolescente de 17 anos, que sofreu fratura na perna e precisará de cerca de 90 dias para se recuperar.
Detalhes do acidente na Avenida do Cemitério
O incidente aconteceu na Avenida Antônio de Souza, via conhecida popularmente como "Avenida do Cemitério". De acordo com o relato do pai do adolescente, Júlio César de Oliveira, o jovem havia aceitado uma carona para casa minutos antes do desastre. O motorista do carro, que estava com a namorada, ofereceu a carona ao adolescente e a uma amiga quando eles estavam saindo de um barzinho a aproximadamente dois quilômetros do local do acidente.
O buraco era, na verdade, uma vala aberta como parte das obras de um conjunto habitacional da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano). A Defesa Civil atestou que, no momento do acidente, o local não possuía qualquer tipo de sinalização adequada para alertar os motoristas sobre o perigo.
Falta de sinalização e consequências graves
Júlio César, que trabalha como bombeiro civil na cidade, afirmou que a situação já havia chamado sua atenção antes do ocorrido. "Dias antes ainda tinha sinalização com cones, mas no dia do acidente eles já tinham tirado tudo. Perto do buraco tinha só uma tela preta", contou o pai, que foi alertado sobre o acidente do filho por uma ligação telefônica e correu para o local.
Após a queda, os quatro ocupantes do carro ficaram feridos e foram atendidos pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), sendo encaminhados ao pronto-socorro da cidade. O veículo foi retirado do local ainda no mesmo dia. O adolescente de 17 anos foi o mais atingido: ele sofreu uma fratura na tíbia (osso da canela) e está afastado das suas atividades. A família lamenta ter que arcar com todas as despesas médicas até o momento.
Responsabilização e medidas tomadas
Questionada sobre o caso, a CDHU emitiu uma nota informando que acionou o Consórcio 7, empresa responsável pela execução da obra e pela devida sinalização da área. A companhia também abriu uma apuração técnica para verificar as condições do local na hora do acidente.
A CDHU se comprometeu a adotar as medidas cabíveis caso sejam encontradas irregularidades na fiscalização da obra. Além disso, a empresa afirmou que já implementou ações preventivas para evitar que novos incidentes como esse se repitam na mesma obra ou em outras sob sua responsabilidade.
O caso levanta novamente a discussão sobre a obrigatoriedade e a manutenção da sinalização em obras urbanas, um dever das empresas contratadas e dos órgãos públicos fiscalizadores, para garantir a segurança de todos os cidadãos.