Brasileira recebe US$ 81,7 milhões após perder braço e perna no metrô de NY
Brasileira indenizada por acidente no metrô de NY

Tragédia no metrô transforma vida de brasileira

Uma arquiteta brasileira de 30 anos, Luisa Janssen Harger da Silva, deve receber uma indenização histórica de US$ 81,7 milhões (cerca de R$ 440 milhões) após sofrer um acidente gravíssimo no metrô de Nova York em 2016. O incidente resultou na perda de seu braço e perna quando ela desmaiou e caiu nos trilhos na estação do Brooklyn.

Detalhes do acidente e consequências

Na época do acidente, Luisa estava visitando seu namorado nos Estados Unidos quando desmaiou e foi atingida por um trem. A brasileira, formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), hoje mora no Brooklyn e utiliza próteses.

Além de sua formação acadêmica impressionante - que inclui intercâmbio na University of Westminster em Londres e mestrado na City University of New York - Luisa atua como membro do Comitê Técnico de Acessibilidade do próximo Código de Construção de Nova York, segundo a Accessibility Professionals Association (APA).

Falha do sistema de transporte

De acordo com o jornal New York Post, que acompanha o caso desde 2017, um júri decidiu a favor de Luisa após considerar que a Autoridade Metropolitana de Transporte (MTA) foi negligente ao ignorar riscos conhecidos de pessoas caírem nos trilhos.

Os advogados apresentaram provas contundentes durante o julgamento: a MTA possuía 15 anos de dados mostrando que acidentes eram previsíveis caso não fossem instaladas barreiras de proteção nas plataformas.

Documentos internos revelaram uma informação ainda mais alarmante: desde 2011 a MTA recebeu propostas para instalar portas de plataforma sem custo, com empresas oferecendo publicidade nos painéis como forma de financiamento. Mesmo com essas oportunidades, nenhuma medida de segurança foi implementada antes do acidente de Luisa.

Recurso da MTA e futuro do caso

A MTA recorreu da decisão judicial, alegando que a instalação das barreiras de proteção não seria viável na maioria das estações por questões físicas e de acessibilidade. A empresa responsável pelo transporte público nova-iorquino mantém sua posição apesar da decisão do júri.

O caso de Luisa Janssen Harger se tornou um símbolo da luta por maior segurança no transporte público e serve como alerta para a necessidade de investimentos em infraestrutura que protejam os passageiros. Sua atuação no desenvolvimento de normas de acessibilidade demonstra como transformou sua tragédia pessoal em uma missão para melhorar a vida de outras pessoas.