Parecia mais uma tarde comum na movimentada Cristiano Machado, mas em questão de segundos tudo mudou. O barulho estridente de metal se torcendo ecoou pela avenida por volta das 15h30 desta segunda-feira - e aí começou o caos.
Um veículo, ainda não identificado pelas autoridades, simplesmente não conseguiu evitar o choque fatal com um poste de energia. E não foi qualquer poste, diga-se de passagem. Era justamente aquele que alimentava meio quarteirão inteiro.
O estrago na prática
Quando a estrutura cedeu e veio ao chão, foi como se alguém tivesse apagado as luzes de repente. Mais de 500 endereços - entre casas, apartamentos e estabelecimentos comerciais - ficaram completamente às escuras. Imagina só: geladeiras parando, ar-condicionado mudo, computadores desligando do nada.
"Eu estava atendendo um cliente quando tudo escureceu", conta a dona de uma loja que prefere não se identificar. "Pensei que fosse problema só meu, até que vi a vizinhança toda reclamando."
A corrida contra o tempo
A Cemig, é claro, foi acionada quase que imediatamente. Os técnicos chegaram ao local em tempo recorde, mas o estrago era considerável. Não era simplesmente religar uma chave - tinha poste quebrado, fios expostos, toda uma infraestrutura danificada.
O trânsito, que já é complicado na Cristiano Machado nas horas de pico, ficou um verdadeiro inferno. Uma faixa precisou ser interditada, o que criou um engarrafamento que se estendeu por quilômetros. Motoristas buzinavam, uns perdiam a paciência, outros desciam dos carros para tentar entender o que havia acontecido.
E pensar que tudo começou com uma simples - mas catastrófica - batida. Um momento de distração? Excesso de velocidade? Os bombeiros que atenderam a ocorrência ainda não tinham essas respostas.
E agora?
Enquanto isso, a pergunta que não queria calar entre os moradores era: quando a luz voltaria? A Cemig trabalhava a todo vapor, mas reparos desse tipo - onde há necessidade de trocar todo o poste - podem levar horas. Talvez a noite chegasse antes da energia.
Restaurantes da região tiveram que improvisar. Alguns fecharam as portas mais cedo, outros tentaram seguir atendendo no escuro - literalmente. "Vamos ver se conseguimos pelo menos terminar o serviço do almoço", comentou um gerente enquanto acendia a tela do celular para iluminar o caixa.
Uma situação dessas sempre serve de alerta. Mostra como dependemos da energia - e como somos vulneráveis quando ela falta. Também revela como um incidente aparentemente pequeno no trânsito pode ter consequências em cadeia que afetam centenas de pessoas.
Às 17h, a situação ainda não estava normalizada. A equipe da Cemig continuava no local, prometendo restabelecer o fornecimento o mais rápido possível. Enquanto isso, meio milhar de imóveis seguiam às escuras, numa espera que parecia interminável.
