
Era pra ser mais um dia normal de trabalho. Mas o que começou como uma rotina comum terminou em tragédia no bairro do Marco, em Belém. Por volta das 9h da manhã desta quinta-feira, um eletricista de 38 anos — cujo nome ainda não foi divulgado — realizava aquela que seria sua última intervenção profissional.
Testemunhas contam que tudo aconteceu de repente. Um barulho seco, seguido pelo cheiro característico de queimado. O homem, experiente no ofício, teria recebido uma descarga elétrica de alta tensão enquanto realizava manutenção no sistema elétrico de um comércio localizado na movimentada Avenida Pedro Álvares Cabral.
O socorro foi imediato, mas já era tarde demais. Colegas de trabalho e populares tentaram prestar os primeiros auxílios enquanto aguardavam o resgate. Uma cena de desespero que parou a rua.
O Corpo de Bombeiros chegou rapidamente, assim como a equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Os profissionais tentaram reanimá-lo no local — uma tentativa heroica, porém infrutífera. O trabalhador já não apresentava sinais vitais quando foi transportado às pressas para o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE).
Um Ofício que Mata
Não é a primeira vez que ouvimos histórias assim, não é? Profissionais da eletricidade arriscam a vida diariamente — muitas vezes sem os equipamentos de proteção adequados ou em condições precárias de trabalho. E o resultado… bem, o resultado todos nós conhecemos.
O caso já está sendo investigado pela Delegacia de Crimes Contra a Pessoa (DCCP). Eles vão apurar as circunstâncias exatas do acidente: foi falta de equipamento? Procedimento inadequado? Ou simplesmente o azar que às vezes visita até os mais cuidadosos?
Enquanto isso, a cena do crime — porque sim, acidente de trabalho muitas vezes é crime — foi isolada. Peritos do Instituto de Criminalística já estiveram no local coletando evidências. Tudo minuciosamente, como manda o protocolo.
O Silêncio que Fica
Agora, o que resta é o silêncio. O silêncio da família que perdeu seu provedor. O silêncio dos colegas que viram um companheiro partir de forma tão brutal. E o silêncio de uma sociedade que continua assistindo a essas tragédias se repetirem.
O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) para os procedimentos de praxe. A autópsia — palavra tão fria para algo tão definitivo — confirmará o óbito por eletrocussão.
Enquanto a justiça tenta descobrir quem, se é que alguém, foi responsável por essa morte, uma pergunta fica no ar: quantos mais precisarão morrer antes que a segurança no trabalho seja levada a sério de verdade?