O mar, que tantas vezes presenteia os visitantes com sua beleza serena, mostrou seu lado implacável neste fim de semana em Barra de São Miguel. Por volta das 15h de sábado (26), um homem de 42 anos — cuja identidade ainda não foi divulgada — entrou nas águas aparentemente calmas da praia e não voltou.
Testemunhas contam que tudo aconteceu rápido demais. "Ele tava só molhando os pés, aí de repente sumiu", relatou um vendedor ambulante que preferiu não se identificar. "A correnteza puxou como se fosse um ímã — ninguém nem teve tempo de reagir."
Operação de resgate
O Corpo de Bombeiros chegou em 20 minutos, mas já era tarde. Mergulhadores encontraram o corpo a cerca de 100 metros da areia, em uma área com buracos profundos e correntes traiçoeiras que nem sempre são visíveis na superfície.
"Essa parte da praia é bonita, mas esconde perigos", alerta o capitão Ronaldo Mendes, com 12 anos de experiência em salvamentos aquáticos. "Quando a maré começa a mudar, forma redemoinhos invisíveis que podem arrastar até nadadores experientes."
Números que assustam
- 5 afogamentos fatais em Alagoas só em 2025
- 80% ocorrem em áreas sem bandeira de alerta
- Metade das vítimas eram turistas desprevenidos
O caso — que infelizmente não é isolado — reacende o debate sobre a sinalização nas praias. Muitos frequentadores reclamam que as bandeiras de perigo só aparecem depois que a tragédia acontece.
Enquanto isso, a família do homem se despede em silêncio. Vizinhos contam que ele era pai de dois filhos e tinha o hábito de visitar a praia para "esvaziar a cabeça" depois da semana de trabalho. Ironia cruel: o lugar que lhe trazia paz se tornou seu último cenário.
