O que era pra ser mais um trecho de estrada sob o sol de Minas Gerais se transformou num cenário de horror nesta quinta-feira (28). Por volta das 14h, o ritmo pacato da BR-262, na altura do km 140, em Itaúna, foi quebrado por um estrondo seco — o som de metal contra metal que ninguém quer ouvir.
Um caminhão carregado e uma caminhonete S10 se encontraram de frente, num daqueles momentos que parecem durar uma eternidade e que mudam tudo em um segundo. A força do impacto foi tanta que o caminhão, desgovernado, capotou várias vezes antes de parar de lado, uma massa de aço retorcido.
A pior parte veio depois. O motorista do caminhão, um homem que seguia viagem como tantos outros, ficou preso dentro da cabine, completamente encurralado pelas ferragens. Não dava para saber seu estado, apenas que ele não conseguia sair dali. Quem passava pela rodovia parou, tentando ajudar, mas era uma situação desesperadora — das que exigem equipamento pesado e gente treinada.
Corrida Contra o Tempo
O Corpo de Bombeiros chegou rápido, mas a cena era complexa. Eles trabalharam com ferramentas de desencarceramento, suando frio sob o capacete, tentando tirar aquele homem dali com vida. Uma verdadeira operação de guerra, minuto a minuto, contra a frieza do aço.
Enquanto isso, o trânsito parou. A Polícia Militar Rodoviária (PMRv) interditou a pista, e aquela via importante, que liga cidades, virou um estacionamento de carros e curiosos. Uma espera angustiante, com todo mundo torcendo por um milagre.
Mas algumas histórias não têm final feliz. Após ser resgatado, o motorista — cuja identidade ainda não foi divulgada — não resistiu aos ferimentos. Ele foi levado às pressas, mas morreu a caminho do hospital. Uma notícia que deixa um vazio no ar, um “e se” que fica ecoando.
E Agora, José?
O motorista da S10, por incrível que pareça, saiu ileso. Só o susto. Ele deve estar agora se perguntando como sobreviveu, revivendo cada frame do acidente na cabeça — um filme que não dá para desligar.
A Polícia Rodoviária ainda investiga as causas do acidente. Seria uma ultrapassagem mal calculada? Falha mecânica? Distração? Só o tempo — e os peritos — vão dizer. Mas a verdade é que, num piscar de olhos, uma família perdeu alguém. E a BR-262, pelo menos por algumas horas, ganhou mais um marco triste na sua história.
O tráfego só foi liberado por volta das 17h, depois que a perícia concluiu os trabalhos no local. Aos poucos, a estrada voltou a respirar, carros passaram devagar pelo ponto do acidente — alguns nem olham, outros cruzam themselves. A vida segue, mas a lembrança fica.
