A rotina matinal da Ponte Presidente Tancredo Neves, aquela que corta o Rio Poti ligando o centro à zona Leste de Teresina, foi brutalmente interrompida por uma cena que ninguém gostaria de testemunhar. Por volta das 7h30 desta segunda-feira, o som do trânsito caótico deu lugar ao silêncio pesado que só tragédias conseguem impor.
Um motoqueiro — ainda não identificado oficialmente — trafegava pela ponte quando, num daqueles segundos que mudam tudo, foi atingido por um veículo. O impacto foi violento. Tão violento que, mesmo com o socorro correndo contra o tempo, não houve chance.
Cena de Caos e Solidariedade
Testemunhas que estavam no local contam que o barulho da colisão ecoou pela ponte. "Parecia um baque seco, daqueles que a gente sabe que não é bom", relatou um motorista que preferiu não se identificar. O trânsito, que já é complicado naquele trecho na hora do rush, simplesmente parou.
Mas no meio do caos, a solidariedade que tanto caracteriza o piauiense falou mais alto. Várias pessoas pararam seus carros para tentar ajudar, formando uma corrente humana em torno da vítima. Alguém ligou para o Samu, outro acionou a Polícia Militar. Todos fazendo o possível, mas às vezes o possível não é suficiente.
Longa Espera pelo Socorro
O que mais me impressiona nesses casos é aquela angústia da espera. Você fica ali, vendo uma vida se esvaindo, e o socorro parece demorar uma eternidade — mesmo quando na verdade chega rápido. A equipe do Samu chegou em cerca de 15 minutos, segundo relatos, mas o motoqueiro já não respondia mais.
Os paramédicos tentaram de tudo, sabe? Fizeram manobras de reanimação, usaram aqueles equipamentos que vemos em séries médicas... Mas a realidade, infelizmente, é bem mais cruel que a ficção. Após cerca de meia hora de tentativas, veio a confirmação que ninguém queria ouvir: morte no local.
Ponte com Histórico Problemático
A Tancredo Neves não é novata quando o assunto é acidentes. Quem mora em Teresina há tempo sabe que aquele trecho é complicado — a mistura de curva, fluxo intenso e, vamos combinar, alguns motoristas que se acham pilotos de Fórmula 1, cria um cenário perfeito para desastres.
E o pior: essa não é a primeira vez que um motoqueiro perde a vida ali. Só neste ano, musta ser a terceira ou quarta ocorrência grave que tomo conhecimento. Uma verdadeira roleta russa sobre duas rodas.
O que Fica Além da Tragédia
Enquanto as autoridades fazem seu trabalho — a Polícia Civil já iniciou inquérito para apurar as causas do acidente —, uma família inteira começa o luto. Um homem que saiu de casa para trabalhar, talvez levar o filho na escola, ou simplesmente seguir sua rotina, não voltará mais.
E aí eu me pergunto: quantas vidas precisam ser perdidas até que algo mude? Sinalização? Fiscalização? Educação no trânsito? Tudo isso junto? O caso segue sob investigação, mas a dor de quem ficou já é certa.
