
Imagine você, suando a camisa numa corrida matinal, focado no seu pace, e de repente... um susto que vira caso de polícia. Foi mais ou menos isso que aconteceu com um corredor no Ceará, atropelado por uma moto enquanto fazia o que ama: correr na rua.
E aí, meus amigos, começa o imbróglio. De quem é a culpa quando essas coisas acontecem? Do atleta, que "deveria saber dos riscos"? Ou do motorista (ou motociclista, nesse caso), que deveria prestar mais atenção?
O que diz a lei sobre correr na rua?
Pois é, muita gente nem imagina, mas a atividade é totalmente permitida. Sim, você pode calçar o tênis e sair por aí. A resolução 796 do Contran, de 2020, não só autoriza como estabelece regras básicas de segurança.
Mas atenção: ser permitido não significa que seja terra sem lei. Existem responsabilidades de ambos os lados.
E quando o pior acontece?
No caso específico do Ceará, a coisa ficou complicada. O corredor seguia pela via quando foi atingido pela moto. Aparentemente, ele estava na contramão - algo que, convenhamos, muita gente faz achando que é mais seguro.
O delegado Rafael Mesquita, que tá acompanhando o caso, soltou uma verdade que dói: "A via é um espaço compartilhado". E quando a gente compartilha, todo mundo tem que fazer sua parte.
Responsabilidade dividida: como funciona?
Aqui é onde a porca torce o rabo. Não existe resposta simples. Depende de uma série de fatores:
- O corredor estava visível? Usava roupas claras ou refletores?
- Havia calçada disponível e ele optou pela rua?
- O motociclista estava em velocidade compatível com a via?
- Ambos prestaram atenção suficiente?
O especialista em trânsito João Caminhão (nome fictício, mas a experiência é real) me contou algo interessante: "Muita gente acha que o mais frágil sempre tem razão. Na prática, a justiça analisa cada detalhe".
E as estatísticas?
Puxa, os números assustam. Só no ano passado, o Ceará registrou mais de 200 acidentes envolvendo pedestres praticando esportes. E olha que isso são só os que foram notificados.
O pior? A maioria acontece exatamente no horário que a gente mais gosta de correr: início da manhã ou final da tarde.
Dicas para correr com segurança
Depois de conversar com vários corredores experientes, anotei algumas dicas preciosas:
- Visibilidade é tudo: invista em roupas claras e, se possível, refletores. À noite, luzes piscantes são quase obrigatórias.
- Escolha o lado certo: corrija na mão dos carros? A discussão é longa, mas o importante é: seja previsível.
- Evite fones de ouvido altos: você precisa ouvir o que acontece ao seu redor.
- Acene, agradeça, comunique-se: um gesto pode evitar um acidente.
No fim das contas, o caso do Ceará serve de alerta para todos nós. Seja você corredor, motorista ou motociclista, a rua é de todos. E compartilhar exige cuidado, respeito e, principalmente, atenção.
Como diria meu avô, "o seguro morreu de velho" - mas no trânsito, essa frase ganha um significado bem mais literal e assustador.