
Quem diria que capturar a essência de um furacão político seria tão complicado quanto domar um? Sandra Kogut, aquela diretora que sempre consegue transformar o cotidiano em arte, quase perdeu os cabelos — e a paciência — durante as filmagens do seu novo documentário sobre as eleições presidenciais de 2022.
Numa entrevista que mais pareceu terapia de grupo, ela desabafou: "Foi como filmar uma guerra onde todos achavam que eram o Rambo". E não é exagero. Entre ameaças veladas, suspeitas de ambos os lados e uma tensão que dava pra cortar com facão, a produção virou um verdadeiro campo minado.
O caos por trás das câmeras
Imagina só: você está lá, equipamento na mão, tentando registrar a história, e de repente:
- Seguranças de comício te barrando como se você fosse um espião internacional
- Militantes invadindo seu espaço pessoal pra "checar" o que você tá filmando
- Acusações absurdas de ambos os extremos políticos
"Teve hora que eu me senti igual àquele personagem do Zé Bonitinho, sabe? Aquele que todo mundo desconfia", contou Sandra, rindo de nervoso. A situação ficou tão tensa que a equipe precisou criar códigos secretos pra se comunicar durante as gravações.
Quando a arte imita a vida (e vice-versa)
O que mais chocou a diretora — e aqui eu concordo plenamente — foi como o clima de desconfiança geral contaminou até as relações mais básicas. "As pessoas não queriam mais conversar, não queriam ser filmadas, tinham medo de aparecer", lamentou.
E olha que ela já tinha experiência com documentários políticos! Mas nada se comparou ao tsunami de emoções que foram as eleições de 2022. Teve dia que a equipe voltou pra casa sem nenhum material útil — só com a cabeça cheia de questionamentos.
A luz no fim do túnel
Mas calma, não foi só desgraça. Sandra revelou que, no meio desse caos todo, surgiram histórias humanas incríveis. "A gente encontrou pessoas que mantiveram a sanidade no meio da loucura, que ainda acreditavam no diálogo", disse, com um brilho de esperança nos olhos.
O documentário promete ser um retrato cru — mas necessário — desse momento único na nossa história. E se depender da coragem da Sandra, vai doer, mas vai valer a pena. Como ela mesma finalizou: "Arte não é pra confortar, é pra fazer pensar. Mesmo que isso signifique segurar a câmera com as duas mãos enquanto o mundo parece desmoronar".