
Numa sala cheia de celulares gravando, o ministro Alexandre de Moraes soltou o verbo — e como! Durante um bate-papo com criadores de conteúdo, o magistrado deixou escapar o que muitos suspeitavam: a relação entre políticos e plataformas digitais parece mais um jogo de xadrez onde as peças se movem sozinhas.
O elefante na sala virtual
"Tem gente que treme na base quando o assunto é botar ordem na casa das Big Techs", disparou Moraes, enquanto ajustava os óculos com aquele ar de quem já viu de tudo. E completou, num tom quase confessional: "Não é falta de vontade, é medo mesmo. Medo dos algoritmos".
Parece roteiro de ficção científica, mas não é. A revelação veio durante um encontro na sede do TSE que reuniu desde humoristas até especialistas em direito digital. O clima? Algo entre aula magna e happy hour descontraído.
Por trás do código
Os detalhes são suculentos:
- Parlamentares evitam "cutucar" plataformas com vara curta
- Receio de "retaliação algorítmica" contra seus conteúdos
- Falta de consenso sobre como regular sem "quebrar a internet"
Numa das falas mais contundentes, Moraes comparou a situação a "ter um pitbull na sala, mas fingir que é um poodle". A metáfora, claro, gerou sorrisos e anotações frenéticas entre os presentes.
Entre linhas de código e constituição
O ministro, conhecido por suas decisões polêmicas sobre redes sociais, foi categórico: "Ou a gente regula, ou seremos regulados". Mas admitiu — com rara franqueza — que o caminho está cheio de armadilhas digitais.
"Tem deputado que me procura no corredor e diz: 'Doutor, eu até quero, mas como vou explicar pro eleitor que meu vídeo sumiu do feed?'" revelou, imitando o sotaque caricato de um político em pânico.
Enquanto isso, nas redes sociais, a reação foi imediata. De memes a threads acaloradas, o assunto dominou os trending topics por horas. Um influencer presente no evento resumiu: "Finalmente alguém disse o que todo mundo pensa, mas ninguém tem coragem de falar".
O recado de Moraes parece claro: na era digital, até o poder precisa se reinventar. Resta saber se os políticos vão encarar o desafio — ou continuar jogando xadrez contra máquinas que já calcularam todos os lances.