O Planalto está vivendo dias de intensos bastidores - e não é por pouco. Lula, que conhece como ninguém os meandros da política brasileira, está considerando uma jogada que pode mudar completamente o tabuleiro do primeiro escalão.
Parece que o presidente está de olho no calendário eleitoral que se aproxima, mesmo estando ainda tão distante. A questão é simples, mas espinhosa: vários ministros do atual governo já estão com um pé nas eleições de 2026. E isso, convenhamos, cria uma situação no mínimo delicada.
O timing é tudo
Segundo fontes próximas ao Palácio do Planalto, a ideia seria antecipar essas substituições para evitar aquela velha história de usar a estrutura do governo como trampolim eleitoral. Algo que, vamos combinar, nunca caiu bem perante a opinião pública.
Lula estaria analisando o momento ideal para fazer esses movimentos. Nem muito cedo para não criar instabilidade desnecessária, nem muito tarde para não configurar aquela sensação de que está todo mundo em campanha permanente às custas do erário.
Quem está na mira?
Embora os nomes específicos ainda sejam tratados com discrição nos corredores do poder, circula que alguns ministros já deixaram claro - ou pelo menos não esconderam - suas ambições políticas para daqui a dois anos. A situação é particularmente sensível para aqueles que podem disputar governos estaduais ou mesmo uma vaga no Senado.
O que me faz pensar: será que estamos diante de um Lula mais pragmático, tentando evitar os desgastes que marcaram governos anteriores? A experiência acumulada em suas passagens anteriores pela Presidência certamente conta nessa equação.
Os dois lados da moeda
Por um lado, a antecipação das trocas daria tempo para os novos ministros se ambientarem e implementarem suas políticas. Por outro, me pergunto se não criaria um clima de instabilidade justamente quando o governo precisa mostrar solidez.
É aquela velha dança das cadeiras musicais que todo governo enfrenta - mas com o agravante do timing eleitoral. E convenhamos, ninguém quer repetir os erros do passado.
O Palácio do Planalto, como era de se esperar, mantém o tradicional "não comenta mudanças no primeiro escalão". Mas os sinais nos bastidores são claros: algo está se movendo.
O fator 2026
As eleições municipais de 2024 servirão como termômetro para os grandes movimentos de 2026. Lula sabe disso melhor do que ninguém. A reorganização do primeiro escalão pode ser, na verdade, o primeiro movimento de um xadrez muito maior.
Resta saber se essa estratégia será implementada ainda este ano ou se ficará para 2025. Uma coisa é certa: o Planalto não está perdendo tempo pensando no futuro.
Enquanto isso, os ministros com aspirações eleitorais devem estar com as antenas ligadas. Afinal, nesse jogo de poder, até mesmo os mais experientes podem ser pegos de surpresa.
