
O clima em Brasília está mais pesado que tarde de verão no Centro-Oeste. E não, não é por causa do tempo — a tensão política que tomou conta da capital federal tem nome e sobrenome: Gleisi Hoffmann versus TCU.
A presidente nacional do PT não economizou palavras ao rebater publicamente o Tribunal de Contas da União. A discussão? Aquela velha conhecida dos brasileiros: as metas fiscais do governo. Só que dessa vez, o tom foi diferente — muito diferente.
O cerne da discórdia
O TCU simplesmente rejeitou a meta fiscal estabelecida pelo governo para 2025. Não foi um "não" educado, foi um corte seco. A corte de contas determinou que o Executivo precisa apresentar um novo objetivo, um que seja — nas palavras deles — "factível".
Mas Gleisi não ficou quieta. Longe disso. A petista foi direto ao ponto: classificou a decisão como "ilegal" e "invasiva". E não parou por aí.
"O TCU não pode substituir o Congresso Nacional", disparou ela, em tom que deixou claro: essa briga vai longe.
Os números por trás da polêmica
O governo estabeleceu uma meta de déficit primário de 0,25% do PIB para o próximo ano. Parece pouco? Talvez. Mas o TCU acha completamente fora da realidade — tanto que exigiu uma revisão completa.
O que muita gente não percebe é que essa discussão técnica esconde uma guerra muito maior: uma disputa de poder entre os Poderes. E Gleisi deixou isso claro como água.
"O TCU está extrapolando sua competência legal", afirmou ela, sem rodeios. A mensagem era cristalina: o tribunal está pisando em terreno perigoso.
As consequências práticas
Enquanto os técnicos discutem porcentagens do PIB, a população se pergunta: o que isso significa na prática? Bem, a resposta não é simples.
Se o governo ceder ao TCU, pode significar cortes mais profundos nos gastos públicos. Se resistir — como parece ser a intenção — podemos testemunhar uma crise institucional das grandes.
O curioso é que o próprio relator do processo no TCU, Bruno Dantas, reconheceu que a meta atual é "otimista". Otimista é um jeito educado de dizer "improvável", não é mesmo?
O que esperar dos próximos capítulos
Essa novidade promete — e muito. O governo já sinalizou que não pretende recuar, enquanto o TCU mantém sua posição firme.
No meio disso tudo, o Congresso Nacional assiste ao embate com atenção redobrada. Afinal, como lembrou Gleisi, a palavra final sobre as metas fiscais deveria ser dos parlamentares.
Uma coisa é certa: essa história está longe de acabar. E os próximos dias prometem mais capítulos nesse verdadeiro cabo de guerra institucional.
Enquanto isso, nós, meros espectadores, nos perguntamos: em quem confiar? No rigor técnico do TCU ou na determinação política do governo? A resposta, como tudo na política, provavelmente estará no meio termo.