
O corregedor da Câmara, deputado Ricardo Costa, está no centro de um debate que mistura burocracia, pressão política e um prazo que parece não ser suficiente para nada. Na última terça-feira, ele enviou um ofício ao presidente da Casa, Arthur Lira, pedindo mais tempo — e quem nunca precisou de um dia a mais, não é mesmo?
O motivo? Investigar as denúncias contra deputados envolvidos nos "eventos" de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram e depredaram prédios públicos em Brasília. O prazo atual, segundo Costa, é "insuficiente para análise robusta" — ou seja, tá todo mundo correndo contra o relógio.
Por que a pressa (ou a falta dela)?
O corregedor tem até 30 de junho para apresentar seu parecer. Mas, entre processos, depoimentos e uma pilha de documentos que daria inveja a qualquer burocrata, ele alega que precisa de pelo menos mais 60 dias. Será que é muito? Depende de quem pergunta.
- Os críticos dizem que é manobra para protelar.
- Os defensores argumentam que investigações sérias não se fazem no calor do momento.
Enquanto isso, o plenário da Câmara aprovou, em abril, a criação de uma comissão processante para julgar os envolvidos — o que, em tese, deveria acelerar as coisas. Mas, como tudo na política, entre o "deveria" e o "vai", há um abismo.
E agora, José?
Se Lira conceder a prorrogação, o relatório final só sairá depois das eleições municipais — coincidência ou estratégia? Já se o prazo for mantido, o risco é de um trabalho meia-boca, feito nas coxas. Nenhuma das opções soa ideal, mas é assim que a banda toca em Brasília.
Enquanto isso, os deputados citados nas denúncias seguem seus mandatos normalmente — alguns até com sorriso no rosto, outros evitando entrevistas como diabo foge da cruz. E o público? Ah, o público espera, como sempre.