
Parece que a velha máxima de que "as regras são para os outros" encontrou eco nos altos escalões do poder. A Polícia Federal, em um daqules relatórios que faz você levantar a sobrancelha, atesta que Jair Bolsonaro não apenas ignorou como pisou firme em uma decisão do STF. E não foi algo pequeno – estamos falando de nada menos que 300 vídeos distribuídos via WhatsApp enquanto uma ordem judicial expressa mandava parar tudo.
O que era pra ser uma medida preventiva, uma tentativa de freiar a enxurrada de desinformação, transformou-se em mera sugestão para o ex-presidente. A determinação do ministro Alexandre de Moraes, que proibia justamente esse tipo de compartilhamento, foi tratada com um desconfortável desdém.
Os Grupos Secretos e a Estratégia de Disseminação
Ah, os grupos de WhatsApp… aqueles espaços digitais onde tudo acontece longe dos holofotes. A PF mapeou que Bolsonaro utilizou grupos privados – uma espécie de circulo restrito de influenciadores e apoiadores – para fazer chegar o material a milhares de pessoas. Uma manobra que, convenhamos, não é exatamente o que se espera de alguém que jurou cumprir a Constituição.
Os vídeos, muitos deles com conteúdo claramente fraudulento, seguiam um roteiro conhecido: ataques às instituições, críticas infundadas ao processo eleitoral e uma narrativa persistentemente negacionista. Tudo embalado para consumo rápido e fácil compartilhamento.
O Inquérito das Fake News e o Que Ainda Pode Vir
Este não é um fato isolado, mas sim mais um capítulo – e dos suculentos – no inquérito das fake news. A investigação, que já dura anos, vem revelando uma estrutura organizada de produção e disseminação de notícias falsas com o objetivo claro de destabilizar e confundir a opinião pública.
O relatório da PF é taxativo: houve descumprimento intencional da ordem judicial. E isso, num estado democrático de direito, não é pouca coisa. As consequências? Bem, isso é com o STF decidir. Mas uma coisa é certa: o ministro Alexandre de Moraes não parece ser do tipo que gosta de ser ignorado.
Enquanto isso, nas redes sociais, o assunto corre solto. De um lado, os apoiadores do ex-presidente chamam a investigação de perseguição política. Do outro, quem defende as instituições vê um claro exemplo de impunidade sendo desmontada peça por peça. O fato é que, gostemos ou não, a poeira ainda vai levantar por muito tempo.