
Pois é, meus amigos, o Piauí resolveu mostrar serviço no tabuleiro da inovação – e olha que a notícia chega com um gosto meio amargo de contradição. O estado deu um pulo nada desprezível de cinco posições no Índice de Inovação, uma métrica que não perdoa e espia tudo, desde a produção científica até a densidade de empresas tech. Mas – e sempre tem um mas – continua nadando na rabeira quando o assunto é botar dinheiro de verdade em ciência e tecnologia. Que confusão, não?
Os números, divulgados nesta terça-feira (19), não mentem: o estado avançou. Mas a festa é moderada. A gente sobe no ranking, comemora, mas esbarra na velha e conhecida realidade da falta de verba. É como treinar pra uma maratona com tênis furado – você até avança, mas com uma dificuldade desnecessária no caminho.
O que explica essa subida?
Bom, aí a coisa fica interessante. Especialistas que acompanham o tema arriscam dizer que o crescimento veio, em parte, de uma movimentação maior nas universidades e em alguns polos de tecnologia que teimam em resistir. Produção científica? Teve um leve suspiro. Registro de patentes? Melhorou um tiquinho. Mas daí a virar potência... ah, meu caro, ainda falta um bocado.
E olha só o detalhe que não sai da cabeça: enquanto outros estados aumentaram seus investimentos em PCTI (Pesquisa, Ciência, Tecnologia e Inovação), o Piauí praticamente estacionou. Não é de hoje que a verba pra essa área vive minguada, e os resultados – surpresa! – refletem exatamente isso.
E as empresas nisso tudo?
Poucas se arriscam. O ambiente ainda não é dos mais convidativos – e quem é do setor sabe bem do que tô falando. Falta incentivo, sobra burocracia, e o resultado é que muitas ideias boas morrem na praia, sem nunca sair do papel. Uma pena, porque tem gente talentosa por aqui tentando fazer acontecer contra tudo e todos.
Não vou negar – ver o estado ganhando posições no ranking até aquece o coração. Mas também não dá pra ignorar o elefante na sala: inovar sem investir é como querer apagar fogo com gasolina. Pode até funcionar por um instante, mas a conta sempre chega.
Será que é hora de rever prioridades? De escutar quem está na linha de frente tentando mudar as coisas? Porque uma coisa é certa: potencial, o Piauí tem. Só falta combinar com os investimentos.