Parece um Tiguan, mas a verdade é bem outra. A Volkswagen, sempre a pregar peças, anda a testar a sua próxima criação – uma picape de porte médio – vestida com a carroçaria do popular SUV. A brincadeira de gato e rato com os paparazzi automóveis continua, mas os olhos mais atentos não se deixam enganar.
As imagens, capturadas não se sabe bem onde (a marca é mestre na arte do disfarce), mostram um veículo que, à primeira vista, podia passar por um Tiguan comum. Mas é só olhar com mais cuidado. A traseira alongada, escondida sob aquela camuflagem preta e branca que mais parece um pijama de prisão, denuncia tudo. A distância entre a roda traseira e a traseira do carro é simplesmente… anormal para um SUV. Aí está o pulo do gato – ou melhor, da picape.
O Que Escondem Aquelas Folhas de Estilo?
Não se engane: aquela camuflagem de padrão quebrado não é para enfeitar. Ela serve para confundir as câmaras e os softwares de análise, dificultando a leitura das linhas exactas do veículo. Mas alguns segredos são impossíveis de esconder totalmente. A traseira vertical, típica de uma picape, é uma delação em alto e bom som. A traseira disfarçada tenta imitar a do Tiguan, mas a forma como a luz a atravinha… algo não bate certo.
E as dimensões? Bem, aqui entramos no terreno das especulações. A plataforma é provavelmente a mesma do robusto Amarok – essa sim, uma parceria de sucesso com a Ford – mas adaptada, reaproveitada, reinventada. A Volkswagen não gosta de reinventar a roda, mas sim de aperfeiçoá-la. A questão que fica no ar é: será que vão usar a mesma receita de sucesso, ou arriscam numa fórmula mais ousada?
E Por Dentro, o Que Mudou?
O interior… bem, esse continua um mistério mais bem guardado que a receita da Coca-Cola. Mas é seguro apostar que a marca alemã não se vai descuidar. Espera-se um cockpit digital de última geração, aquele infotainment intuitivo que já conhecemos de outros modelos, e materiais que resistam à vida dura de uma picape – porque por muito urbana que seja, tem de ter um quê de aventureira.
Os motores? Aí a coisa fica interessante. Rumores – e no mundo automóvel eles são mais fidedignos do que se pensa – apontam para uma gama de propulsores a diesel e, muito provavelmente, opções híbridas. A Volkswagen já não brinca em serviço quando o assunto é electrificação. Será que esta nova picape virá também numa versão totalmente eléctrica? O mercado pede, a tecnologia permite… só o tempo – e os testes de estrada – o dirão.
Uma coisa é certa: a concorrência no segmento das picapes médias está a aquecer de uma forma brutal. Com a Toyota Hilux, a Ford Ranger e a Fiat Toro a dominarem as estradas (e os corações dos brasileiros), a Volkswagen sabe que não pode chegar com meias medidas. Esta picape disfarçada é a primeira achega de uma resposta séria. Resta saber se será uma resposta à altura.
Enquanto aguardamos por mais pistas, uma coisa é clara: os engenheiros da marca estão a trabalhar a todo o vapor. E nós, meros mortais e amantes de automóveis, ficamos aqui a matutar… será que esta nova picape vai, finalmente, conquistar o seu lugar ao sol no competitivo mercado brasileiro?
