
E aí, galera. A notícia chegou como um balde de água fria para muita gente que esperava ansiosamente por isso: a CONITEC, aquela comissão que decide o que entra ou não no SUS, simplesmente deu um não redondo para a inclusão do Wegovy, Saxenda e outros medicamentos similares contra a obesidade. A decisão, tomada nesta quarta, já está dando o que falar — e como.
Mas a história, claro, não para por aí. Enquanto a porta do acesso legal se fecha, um mercado subterrâneo, obscuro e perigosíssimo de receitas médicas falsas e desvios de remédios não para de crescer. É um negócio que movimenta uma grana preta absurda, sabe? E o pior: colocando a saúde de milhares de pessoas em risco total.
O Verão da CONITEC: Um 'Não' que Ecoa
Pois é. A Conitec foi categórica. Após analisar custos, benefícios e o impacto no sistema público, o parecer técnico foi desfavorável. A justificativa? O alto custo desses medicamentos de última geração — esses que são à base de semaglutida e liraglutida — simplesmente inviabilizaria a sustentabilidade do SUS. Não é brincadeira, o preço de um único frasco pode passar de R$ 1,5 mil. Imagina multiplicar isso por milhões de potenciais usuários? O sistema iria à falência, não tem jeito.
Além do mais, a comissão levantou uma questão crucial: a falta de estudos de longo prazo sobre a segurança desses remédios. Sim, eles emagrecem — e rápido. Mas e daqui a 10, 15 anos? Ninguém sabe ao certo os efeitos de um uso prolongado. É uma aposta arriscadíssima para um sistema que já vive no limite.
O Lado Sombrio: O Boom do Mercado Ilegal
Enquanto o acesso legal é barrado, a demanda não para de crescer. E aí, como sempre, onde há vontade (e dinheiro), surge um jeitinho — muitas vezes criminoso. A reportagem do G1 mergulhou fundo nesse submundo e encontrou um esquema complexo e assustador.
Não é difícil achar, em grupos de WhatsApp e fóruns fechados, anúncios de "médicos" que, por uma taxa que varia de R$ 300 a R$ 800, emitem receitas de controle especial sem nunca ter visto o paciente na vida. É só mandar alguns dados básicos e pronto. A receita "sai na hora".
E tem mais. Muita gente que consegue o remédio com prescrição legítima acaba revendendo parte das doses por aí. É um mercado paralelo que prospera na sombra do desespero e da vaidade. O problema é que comprar remédio assim é uma roleta-russa. Você não sabe onde foi fabricado, como foi armazenado, nem se o que tá dentro da ampola é realmente o princípio ativo. Já pensou?
E Agora, José?
A decisão da CONITEC, apesar de técnica, é um soco no estômago para muitos. A obesidade é uma doença séria, crônica e que carrega um estigma social enorme. Para quem luta contra ela há anos, a esperança de um tratamento mais eficaz era uma luz. Essa luz, por ora, se apagou.
Mas, cá entre nós, será que a solução está mesmo numa injeção cara? Ou será que o SUS deveria investir pesado em políticas de prevenção, em nutricionistas, educadores físicos e apoio multidisciplinar acessível a todos? A pergunta fica no ar.
Uma coisa é certa: o mercado negro vai continuar bombando. E enquanto a ansiedade por um corpo "perfeito" falar mais alto, vai ter gente se arriscando — e gente lucrando em cima disso. O que era para ser solução pode virar um problema ainda maior de saúde pública. É de deixar qualquer um de cabelo em pé.