
O Norte de Minas Gerais está vivendo um daqueles momentos decisivos para o futuro da saúde pública. Até o próximo dia 25 de outubro, uma verdadeira operação de guerra está sendo montada para proteger mais de 300 mil jovens entre zero e 14 anos. A meta é ambiciosa, mas absolutamente necessária.
Parece exagero? Longe disso. A multivacinação deste ano abrange nada menos que 18 tipos diferentes de imunizantes. De sarampo a poliomielite, passando por hepatites e febre amarela - o cardápio de proteção é extenso e vital.
O Que Está em Jogo?
A coordenadora estadual do Programa de Imunização, Eva Lídia Arcoverde, não esconde a urgência. "Temos um exército de 316.887 crianças e adolescentes que precisam dessa proteção", alerta. Os números impressionam, mas o que realmente preocupa são as coberturas vacinais que andam desanimadoras nos últimos tempos.
E não é para menos. Com a pandemia, muita gente acabou deixando as vacinas de rotina de lado. Um erro perigoso, se me perguntam. Doenças que pensávamos estarem controladas podem voltar com força total se a imunidade coletiva cair.
Como Funciona na Prática?
Os postos de saúde de 86 municípios da região norte mineira estão de portas abertas. A estratégia é simples: basta levar a caderneta de vacinação e deixar os profissionais de saúde avaliarem quais doses estão em falta. Eles sabem exatamente o que fazer.
- Unidades Básicas de Saúde disponíveis
- Horários flexíveis durante a semana
- Equipes treinadas para verificar cada situação
- Atualização gratuita de todas as vacinas do calendário
O que me surpreende é a quantidade de pais que ainda hesitam. Vacinar não é apenas um ato individual - é um compromisso com toda a comunidade. Quando você protege seu filho, está protegendo também o coleguinha da escola, o primo com baixa imunidade, o avô que mora na mesma casa.
O Cenário Preocupante
Os dados não mentem: as coberturas vacinais andam numa montanha-russa para baixo. A tríplice viral, por exemplo, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, está com apenas 69,5% da meta alcançada. A pólio, aquela que praticamente erradicamos nas décadas passadas, está em 68,3%.
Isso é alarmante. Lembram quando a gente via fotos de crianças com sarampo apenas nos livros de história? Pois é, a doença voltou a assustar em vários cantos do país. E a única maneira de frear isso é com vacina, muita vacina.
Um Esforço Coletivo
A secretária de Saúde de Minas, Fabrícia Lopes Miranda, foi direta ao ponto: "Não podemos vacilar quando o assunto é prevenir doenças". Ela tem toda razão. O SUS oferece essas vacinas de graça, com qualidade comprovada, mas precisa da colaboração de todos.
Pensando bem, é uma das poucas coisas na vida que ainda são totalmente gratuitas e podem salvar vidas. Vale a pena o esforço de levar as crianças até o posto, não acham?
O que está faltando então? Talvez informação, talvez conscientização, ou simplesmente a correria do dia a dia que faz a gente adiar coisas importantes. Mas saúde não pode esperar - isso é certo.