Creche em Bauru retoma aulas com vacinação após morte de bebê com suspeita de sarampo
Creche em Bauru retoma aulas com vacinação pós-morte de bebê

A atmosfera estava pesada, muito pesada mesmo. Nesta segunda-feira, as portas da creche municipal de Bauru reabriram, mas o coração de todos ainda estava lá fora, acompanhando aquela pequena vida que se foi. Um bebê de apenas oito meses — imagine só — faleceu na última sexta com suspeita de sarampo, e a notícia deixou a cidade inteira de luto.

E agora, o que fazer? A resposta veio rápida, ainda que dolorosa: vacinar, vacinar e vacinar. A Secretaria Municipal de Saúde não perdeu tempo e montou uma estrutura de imunização direto na unidade de ensino. A meta é ambiciosa — proteger todas as crianças que frequentam o local contra essa doença que teima em voltar.

O fantasma do sarampo assombra Bauru

A situação é preocupante, pra não dizer assustadora. O bebê que não resistiu começou a apresentar os primeiros sintomas no dia 26 de setembro. Febre alta, aquela tosse chata, coriza... e depois, as manchas vermelhas pela pele. A família correu para o Hospital de Doenças Tropicais, mas infelizmente... bem, você sabe como termina essa história.

O que mais preocupa — e muito — é que o pequeno não tinha nenhuma dose da tríplice viral. Nenhuma! A primeira dose deveria ter sido aplicada justamente aos doze meses, segundo o calendário oficial. Uma corrida contra o tempo que, dessa vez, perdemos feio.

Vacinação em massa: a única saída

Enquanto as aulas retornavam com aquele silêncio constrangedor nos corredores, as agulas trabalhavam sem parar. A prefeitura está oferecendo a vacina para todas as crianças da creche, sem exceção. E olha, não é só discurso — tão importante quanto vacinar quem não tem nenhuma dose é completar o esquema vacinal de quem já começou.

Os números assustam: Bauru já registrou cinco casos confirmados de sarampo só neste ano. Cinco! Parece pouco? Pois saiba que no estado inteiro de São Paulo foram 25 confirmações, com outras 57 ainda sob investigação. A doença está aí, rondando, e não podemos fechar os olhos.

  • Crianças de 6 meses a 4 anos: devem tomar a dose zero (a chamada 'dose extra') se não tiverem nenhum registro vacinal
  • Quem já tem uma dose: precisa completar o esquema com a segunda aplicação
  • Profissionais da educação: também estão sendo vacinados, afinal, cuidar de quem cuida é fundamental

E tem mais — a prefeitura não está medindo esforços. Equipes da Vigilância Epidemiológica percorrem a cidade identificando possíveis casos, enquanto a vacinação segue em todas as UBSs. É guerra, e das boas.

O luto que vira alerta

O caso desse bebê — que preferimos não identificar por respeito à família — serve de alerta cruel para todos nós. O sarampo não é brincadeira, muito menos 'doença de antigamente'. Ele mata, e mata rápido.

Enquanto escrevo estas linhas, imagino o desespero daqueles pais. Uma semana antes, aquela criança brincava, ria, vivia. Hoje, tornou-se estatística — a pior de todas. Resta agora aprender com a dor alheia e correr para proteger nossos pequenos.

Bauru chora, mas também se mobiliza. E você, já checou a caderneta de vacinação do seu filho?