
Imagine a cena: um bebê de apenas um ano, frágil como um passarinho, chega a um hospital para tratar uma desidratação comum. Horas depois, sua família se depara com uma imagem de cortar o coração - o pezinho direito da criança com uma queimadura de segundo grau. Sim, você leu direito. E o pior? Aparentemente foi durante um procedimento médico básico.
A pequena Sophia - nome fictício para preservar a identidade da criança - chegou ao Hospital Municipal de Cachoeiro de Itapemirim na última terça-feira (20). Tudo parecia routine: soro, observação, alta em algumas horas. Mas a realidade escorregou por entre os dedos como areia fina.
O desespero da família foi imediato quando notaram a lesão grave no pé da menina. "Ela chorava de uma forma diferente", relatou a mãe, com voz embargada. "Não era o choro de fome ou de sono. Era algo mais agudo, mais desesperador".
O que realmente aconteceu?
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, abriu-se um processo administrativo para investigar as circunstâncias do incidente. As primeiras informações sugerem que a queimadura ocorreu durante a administração do soro - possivelmente pelo contato com líquido excessivamente quente.
O caso tomou proporções maiores quando a Defensoria Pública do Espírito Santo entrou em cena. Não é pra menos: estamos falando de uma criança que agora enfrentará uma cirurgia plástica reparadora. O procedimento está marcado para esta quinta-feira (22) no Hospital Estadual Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves, em Vila Velha.
E agora, José?
Enquanto a pequena Sophia se prepara para a cirurgia, questionamentos pairam no ar como nuvens pesadas antes da tempestade. Como um procedimento tão simples pode dar tão errado? Quantos protocolos de segurança foram ignorados? E o mais importante: quantas outras crianças estão em risco?
O hospital, através de nota, afirmou que "está prestando toda assistência necessária à criança e à família" e que "os profissionais envolvidos foram afastados para não interferir nas investigações". Mas será suficiente? A família aguarda respostas - e justiça.
Enquanto isso, a pequena guerreira se prepara para mais uma batalha. Sua recuperação promete ser longa e dolorosa. E a cicatriz? Bem, algumas marcas vão muito além da pele.