
Um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP) trouxe um alerta preocupante para os consumidores de frutos do mar no Brasil. A pesquisa detectou a presença de arsênio e bactérias resistentes a antibióticos em ostras comercializadas no país.
Riscos à saúde pública
As análises laboratoriais revelaram que os moluscos apresentam concentrações significativas de arsênio, um metal pesado altamente tóxico para o organismo humano. Além disso, foram identificadas diversas cepas bacterianas com resistência a múltiplos antibióticos, incluindo alguns considerados como última linha de defesa no tratamento de infecções.
Principais achados do estudo:
- Presença de arsênio inorgânico, a forma mais tóxica do elemento
- Bactérias resistentes a betalactâmicos, quinolonas e até carbapenêmicos
- Contaminação 30% superior aos limites considerados seguros
- Risco maior para gestantes, crianças e imunodeprimidos
Origem da contaminação
Os pesquisadores apontam que a poluição de rios e estuários por efluentes industriais e agrícolas seria a principal fonte do arsênio encontrado nas ostras. Já as bactérias resistentes teriam origem no uso indiscriminado de antibióticos na aquicultura e no despejo inadequado de esgotos contendo resíduos de medicamentos.
Recomendações para os consumidores
- Evitar consumo de ostras cruas
- Dar preferência a produtos com selo de qualidade
- Cozinhar bem os frutos do mar antes do consumo
- Ficar atento a possíveis reações alérgicas ou intoxicações
Os especialistas alertam que a situação exige medidas urgentes de fiscalização e controle por parte dos órgãos competentes, além de maior conscientização dos produtores sobre os riscos do uso inadequado de antibióticos na criação de moluscos.